A saída da jornalista Márcia Dantas do SBT, anunciada na última segunda-feira (6), criou um clima tenso nos bastidores da emissora. A reestruturação do departamento de Jornalismo, iniciada em dezembro, resultou em várias demissões, o que gerou críticas e relatos preocupantes de ex-funcionários. Uma das demitidas, que está em tratamento contra câncer no cérebro desde 2019, contou que tentou, sem sucesso, pedir para continuar na empresa.
"Com o Silvio Santos não era assim", desabafou a funcionária, que preferiu não se identificar. Após a repercussão, a presidente do SBT, Daniela Beyruti, afirmou desconhecer a situação e se comprometeu a investigar: "Não estou sabendo disso. Vou investigar."
A funcionária relatou que o tratamento contra o câncer é feito com medicação oral e depende do plano de saúde da empresa. Apesar do SBT ter garantido o convênio por seis meses, ela se sentiu desprezada. "Eles disseram que o SBT não é responsável pelo meu câncer. Eu trabalho lá desde 2017 e o câncer apareceu em 2019. Depois disso, disseram que tentariam um acordo para eu continuar pagando o plano por mais dois anos", explicou, indignada.
O clima na emissora piorou desde que Leandro Cipoloni, ex-Record, assumiu como diretor de Jornalismo em dezembro. A funcionária disse que o ambiente ficou cada vez mais tenso: "Saí de lá chocada, apavorada. Com a chegada do Cipoloni, o clima de trabalho virou um verdadeiro pesadelo. Nunca vi nada assim antes."
Além dela, outra funcionária foi demitida enquanto enfrentava a difícil situação do irmão, que está em estágio terminal de câncer. "Estão criando um ambiente de terror no SBT, algo que nunca aconteceu antes. Minha demissão pode até não ser ilegal, mas é imoral. Nunca vi nada igual", declarou a ex-produtora do SBT Brasil.
O SBT foi questionado pela reportagem do Notícias da TV sobre as demissões, mas não se manifestou até o fechamento da matéria. Em comunicado sobre a saída de Márcia Dantas, a emissora justificou as demissões como parte de uma reestruturação do departamento de Jornalismo. Segundo o SBT, "não se trata de corte, mas de substituições feitas pelo novo diretor de Jornalismo, Leandro Cipoloni."
Apesar das justificativas, o clima na emissora continua tenso. A ex-funcionária que enfrentou o câncer concluiu: "Eles não se comoveram. Eu pedi para continuar com o convênio, mas não quiseram saber. A ordem era: custa muito caro para a emissora, então mandem embora."
Fonte: Brasil247
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