A cozinheira Susan de Sousa Sena, de 35 anos, denunciou nesta quarta-feira (8) ter sido vítima de injúria racial após receber um e-mail com a saudação “Olá, macaca” da loja Magazine Luiza. O caso aconteceu na última segunda (5), quando Susan, após atualizar seu cadastro no aplicativo da loja para adquirir uma máquina de lavar, recebeu a mensagem ofensiva de confirmação de entrega.
Susan explicou que, ao concluir a compra e verificar o status da entrega no dia seguinte, percebeu o e-mail com a saudação inadequada, que contrariava a forma usual de tratamento que a loja usava. A empresa reconheceu que o incidente foi causado por um erro no cadastro de 2011, quando um apelido ofensivo foi inserido erroneamente no sistema.
A Magazine Luiza emitiu uma nota pública lamentando o ocorrido e afirmou que o incidente não tem relação com o processo de biometria realizado por Susan. A empresa esclareceu que a operação de cadastro é realizada digitalmente e sem interação humana. Além disso, anunciou mudanças em seus formulários, incluindo a exclusão do campo “apelido” e a criação de uma lista de palavras proibidas para evitar situações semelhantes.
O caso foi registrado como injúria racial no 50º Distrito Policial do Itaim Paulista e está sendo investigado pelas autoridades. Susan, que expressou a tristeza e revolta que o ocorrido lhe causou, destacou que o racismo continua presente em sua vida, apesar dos avanços no combate à discriminação.
A Magazine Luiza reforçou que sua política de diversidade e inclusão é uma prioridade, destacando que metade de seus colaboradores é composta por profissionais negros e que ações educativas contra o racismo são realizadas periodicamente.
Leia a nota completa abaixo:
"A Magalu lamenta profundamente os constrangimentos sofridos pela cliente e reforça seu compromisso com o combate a qualquer tipo de preconceito ou discriminação. A empresa esclarece que o fato ocorrido nada tem a ver com o processo de biometria realizado pela cliente – essa operação é feita de forma 100% digital, sem qualquer interação humana. O mesmo acontece com as mensagens de confirmação enviadas pela Magalu para os consumidores.
O cadastro original da cliente foi realizado em 2011, de forma online. Para evitar que casos semelhantes se repitam, a companhia já excluiu o campo “apelido” de seus formulários cadastrais e adotou uma lista de palavras inapropriadas, que passarão a ser vetadas no momento do preenchimento do cadastro.
A Magalu é referência em políticas de diversidade e inclusão e promove, de forma sistemática, ações de conscientização de seus funcionários a respeito desses temas. A empresa tem, atualmente, metade do seu quadro de colaboradores formado por profissionais negros, que ocupam 55% dos postos de liderança."
Fonte: Diário do Centro do Mundo