
O governo de Minas Gerais descartou, no neste sábado (17), 450 toneladas de ovos férteis provenientes de uma granja em Montenegro, no Rio Grande do Sul, onde foi confirmado o primeiro caso de influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP) no país.
A ação faz parte de um esforço coordenado para prevenir a propagação do vírus H5N1 e proteger a avicultura mineira.
Os ovos descartados não eram destinados ao consumo humano, mas sim à incubação e produção de aves. Segundo o governo estadual, a medida é necessária para manter o controle sanitário, garantir a contenção e erradicação da doença e preservar a capacidade produtiva do setor local. Além disso, reforça-se que a gripe aviária não representa risco para a população, pois não é transmissível por meio do consumo de carne ou ovos devidamente preparados.
O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) informou que rastreou todos os ovos para incubação fornecidos pela granja afetada. Além de Minas Gerais, lotes de ovos também foram encaminhados para descarte em outros estados, incluindo Paraná e Rio Grande do Sul. Até o momento, cerca de 1,7 milhão de ovos foram destruídos em Rio Grande do Sul.
A detecção do vírus em Montenegro levou à intensificação das medidas de controle sanitário na região. Equipes do Mapa e da Secretaria da Agricultura do Rio Grande do Sul realizaram inspeções em propriedades dentro de um raio de 10 quilômetros da granja afetada. Além disso, barreiras de desinfecção foram estabelecidas para veículos que transitam pela área.
Em Minas Gerais, a Lei nº 24.674, sancionada em janeiro de 2024, estabelece medidas para evitar a propagação da gripe aviária no estado. Entre as obrigações estão o cadastro de todos os integrantes da cadeia produtiva no Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), a exigência de guia de transporte de aves e ovos férteis, a interdição de granjas que não atendam aos requisitos mínimos de biosseguridade e a realização de campanhas de esclarecimento da população. A norma também proíbe o comércio ambulante de aves vivas e ovos férteis no estado.
O IMA tem intensificado ações preventivas, incluindo vigilância em granjas avícolas, aumento de cadastros e fiscalizações em granjas de subsistência, coleta de material para investigação e informação à população. Além disso, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais desenvolveu um plano de contingência para preparar a resposta frente a um possível risco de infecção humana, já que o estado ainda não registrou casos confirmados da doença em aves ou humanos.
O Brasil, sendo o maior exportador mundial de carne de frango, enfrenta desafios significativos devido aos embargos comerciais impostos por países como China, União Europeia, México e Argentina, após a confirmação do caso em Montenegro. As autoridades brasileiras e os produtores estão trabalhando para conter a disseminação do vírus e retomar a confiança dos mercados internacionais.
Fonte: Agência Brasil