Pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) identificaram que o glitter, amplamente utilizado em fantasias e maquiagens de Carnaval, pode representar uma ameaça significativa para o meio ambiente aquático. O estudo constatou que o brilho, composto por microplásticos e metais, afeta o crescimento da planta aquática Egeria densa, conhecida como elódea, ao reduzir a penetração de luz na água e, consequentemente, as taxas de fotossíntese.
A pesquisa revelou que o glitter interfere nas taxas fotossintéticas da elódea, uma espécie crucial na cadeia alimentar aquática. Ao reduzir a intensidade luminosa, as partículas de purpurina comprometem a capacidade da planta de produzir oxigênio e servir de abrigo e alimento para outras espécies.
O estudo, publicado no New Zealand Journal of Botany, foi conduzido por pesquisadores da UFSCar com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). Os experimentos realizados em laboratório mostraram que as taxas fotossintéticas da Egeria densa foram significativamente reduzidas na presença do glitter, especialmente devido à reflexão da luz pela superfície metálica das partículas.
Os pesquisadores alertam para o crescente problema da poluição por microplásticos nos rios e oceanos, destacando a importância de repensar o uso do glitter e adotar alternativas mais sustentáveis. O estudo ressalta a necessidade de políticas públicas que promovam um consumo mais consciente e a preservação dos ecossistemas aquáticos, essenciais para a saúde do planeta.
Fonte: Agência Brasil