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Empresas desconhecem medidas de apoio e créditos para superar pandemia, revela estudo

Estudo da Seplan/Cepro traz dados sobre o mercado de trabalho piauiense no contexto do coronavírus

Valcian Calixto

Segunda - 27/04/2020 às 14:27



Foto: Causa Operária Pandemia e desemprego: Brasil no caos
Pandemia e desemprego: Brasil no caos

A maioria dos micro e pequenos empresários que se posicionam contra o isolamento social, desconhece total ou parcialmente o teor das medidas restritivas e as de apoio, como incentivos fiscais e créditos, adotadas pelos governos municipais, estaduais e federal através de decretos e outros instrumentos oficiais para minimizar os efeitos da pandemia da Covid-19.

Isso é o que revela estudo realizado por técnicos da Secretaria Estadual de Planejamento - Seplan/Cepro e uma pesquisa realizada pelo Serviço Brasileiro de Apoio a Pequena Empresa - Sebrae.

Os resultados do estudo e da pesquisa estão em um boletim especial da Seplan/Cepro sobre os impactos da pandemia da Covid-19 no Piauí no mercado de trabalho no Piauí. O estudo e a pesquisa estão publicadas a seguir, com exclusividade pelo portal Piaui Hoje.Com (www.piauihoje.com). 

A pesquisa do Sebrae para entender os impactos da Covid-19 nos pequenos negócios entrevistou 6.080 empresários de todas os estados brasileiros, sendo 44 do Piauí. Deste total, 85% revelaram não conhecer as opções de crédito anunciadas pelo governo federal nas últimas semanas.

Entre as medidas estão o auxílio emergencial para o microempreendedor Individual (MEI), trabalhadores autônomos; suspensão de contratos de trabalho e redução de jornada com compensação do governo para o empregado e linhas de crédito com juros menores para empresas que não demitirem.

De acordo com a pesquisa, mais de 50% das empresas entrevistadas afirmaram que precisariam de crédito para continuar funcionando sem demitir. De 50% a 70% das empresas não tentaram conseguir empréstimo. A taxa das que tentaram e não conseguiram o crédito ficou de 42% a 72%.

A falta de conhecimento por parte destes empresários sobre as medidas, incluindo as que oferecem crédito revela porque muitos são contra o isolamento social e a suspensão das atividades econômicas. Eles acreditam que prejudica a economia e suas empresas, mas não observam as medidas de apoio, facilidades e incentivos.

A pesquisa também aponta o fôlego financeiro das empresas. Pelo estudo, o setor industrial e de energia poderia ficar fechado por 24 dias e ainda ter dinheiro para pagar as contas. Já o setor varejista e de serviços, o maior no Piauí, tem fôlego para apenas 21 dias.

O resultado da pesquisa do Sebrae corrobora com o estudo dos técnicos da Secretaria Estadual de Planejamento - Seplan/Cepro. Segundo o estudo, 65% da força de trabalho é formada por categorias vulneráveis - empregado sem carteira assinada, os que trabalham por conta própria e não contribui com a previdência. 

Os técnicos da Seplan/Cepro garantem que os trabalhadores das categorias familiares ou auxiliares somam 6%. Esse percentual tem previsão de aumento com a crise gerada pela pandemia no novo coronavírus no Piauí.

Do ponto de vista socioeconômico, os dados contidos no Boletim da Seplan/Cepro, a crise impacta os três agentes econômicos: governo, empresas e famílias. 

Nós governos, os estragos são grandes porque a crise gerou imediatamente uma queda brusca de arrecadação, ao mesmo tem em que obrigados a investir muito mais no sistema de saúde e nas ações de amparo à população, sobretudo na mais pobres, e apoiar e incentivar as empresas para os impactos da pandemia sejam os menores possíveis.

Entre as empresas esse impacto negativo da crise atinge tanto aquelas ligadas às atividades essenciais quanto as que atuam em setores considerados não essenciais. O impacto é imediato para ambas, principalmente pelas medidas restritivas, como o isolamento social.

No caso das famílias, conforme aponta o estudo da Seplan/Cepro, a vulnerabilidade social se torna a maior preocupação. O impacto é enorme pelo nível de carência antes mesmo da pandemia.

Todos os aspectos importantes sobre o impacto da Covid-19 na vida das pessoas, das empresas e do Estado são destacados pelos técnicos da Seplan/Cepro, principalmente sobre o mercado de trabalho. 

LEMBRETE 

Todos os estudos até aqui realizados na área de saúde no mundo inteiro apontam o isolamento social como a melhor medida para contenção do avançado da pandemia da Covid-19. 

Com o crescimento exponencial do número de casos do novo coronavírus e do número de mortos, o governador Wellington Dias deve anuncia até quinta-feira (30) a porrogação de medidas já adotadas, inclusive o isolamento social.

Confira o estudo completo da Seplan/Cepro:  BoletimCoronavírus e o mercado de trabalho_2704_v2 28 Abril.pdf

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