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Feminicídios crescem e a cada 8 minutos uma pessoa é vítima de estupro no Brasil

Os dados preocupantes são extraídos do Anuário Brasileiro de Segurança Pública

Alinny Maria

Segunda - 19/10/2020 às 10:38



Foto: Google Feminicídio/Imagem ilustrativa
Feminicídio/Imagem ilustrativa

Nos seis primeiros meses de 2020, 648 mulheres foram mortas no Brasil. Deste total, 56,2% tinham entre 20 e 39 anos, 66,6% eram negras e 89,9% foram assassinadas pelo companheiro ou ex-companheiro. Isso significa que os casos de feminicídio no país cresceram 1,9% no primeiro semestre do ano quando comparado ao mesmo período do ano passado. Os dados fazem parte do Anuário Brasileiro de Segurança Pública e foram apresentados em coletiva de imprensa nesta segunda-feira (19).

Sob o contexto da pandemia da covid-19, a 14ª edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública afirma que os registros de violência contra a mulher nas delegacias durante a pandemia caíram 9,9%, mas aumentou 3,8% o número de ligações para o 190. Foram 147.379 chamados abertos segundo a diretora-executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Samira Bueno.

Apresentação dos dados na coletiva de imprensa/Foto: Piauíhoje.com

Outro dado apresentado pelos pesquisadores que chama a atenção é relacionado aos estupros ocorridos no país. No ano passado, o Brasil registrou um estupro a cada 8 minutos. Foram 66.123 boletins de ocorrência de estupro e estupro de vulnerável registrados em delegacias de polícia apenas em 2019 e a maior parte das vítimas é do sexo feminino (85,7%). Samira Bueno/Foto: Piauíhoje.com

Em 84,1% dos casos, o criminoso era do convívio social das vítimas, como familiares, vizinhos ou pessoas de confianças por exemplo.  Entre as vítimas do sexo masculino, os casos estão mais concentrados durante a infância. 

"Isso sugere um grave contexto de violência intrafamiliar, no qual crianças e adolescentes são vitimados por familiares ou pessoas de confiança da família, muitas vezes por pessoas com quem tinham algum vínculo de confiança", afirmam os pesquisadores.

Desses casos de violência sexual, 70,5% foram registrados como estupros de vulnerável, quando a vítima é menor de 14 anos ou não consegue oferecer resistência ao ato, quando se está alcoolizada, por exemplo. A maioria das vítimas tinham entre 10 e 13 anos, 18,7% tinham entre cinco e nove anos de idade e 11,2% eram bebês de zero a quatro anos. 

De modo geral, segundo o anuário, o número de estupros em 2019 caiu em comparação a 2018. Os estupros em geral diminuíram 11,8% e os estupros de vulnerável, 22,5%. No entanto, o saldo não é positivo por conta da subnotificação: é comum que as vítimas não denunciem o crime com medo, vergonha, culpa ou por se sentirem desestimuladas pelas autoridades.

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