
Empreender cedo pode parecer assustador para muitos jovens, mas para Luiza Araújo, de 18 anos, foi um caminho natural, quase inevitável. Inspirada pelo ambiente familiar e cercada por exemplos de iniciativa e trabalho duro, ela decidiu transformar a paixão por doces em um negócio que cresce a cada dia.
"A ideia surgiu devido ao ambiente que convivo. Familiares empreendedores em ramos que desenvolveram talentos me instigaram a empreender em algo que eu já sabia fazer", conta Luiza.
O primeiro produto foi o bolo de pote, escolhido por ser mais acessível e prático de preparar. “O primeiro doce que fiz foi bolo de pote, era o mais acessível e prático de ser feito. Quando fiz a primeira vez, a metade deu errado, mas persisti e evoluí muito”, lembra.
Na época, ela ainda dividia o tempo entre os estudos e o trabalho. “Durante o ensino médio, que foi quando comecei a trabalhar, exigia muito de mim: metade do meu tempo era dedicado aos estudos e a outra metade ao trabalho. Era cansativo, mas o resultado foi gratificante”, afirma.
Desafios e organização do negócio
Luiza enfrentou dificuldades para se estabelecer no mercado e ganhar credibilidade. “No início, eu enfrentei dificuldades para me estabelecer no mercado. Levando em conta que eu não era a primeira pessoa e nem serei a última, conseguir credibilidade é a pior parte", relata.
Apesar dos obstáculos, a jovem afirma que o apoio familiar foi essencial para o crescimento do negócio. “Ao empreender, você enfrenta dificuldades em diversas camadas que, sozinha, não consegue vencer. Em conjunto com minha família, eu consegui ultrapassar", ressalta.
Luiza também destaca a importância de saber lidar com as críticas. "Nunca permiti que nenhuma crítica me abalasse. Por mais que não seja fácil ouvir, tento fazer com que elas me tragam um resultado positivo. Várias das que já ouvi me fizeram melhorar muito"", comenta.
Rotina e estratégias de vendas
Luiza administra todas as etapas do negócio. “Hoje, minha rotina é: pela manhã, dedico-me aos afazeres de casa e, após isso, começo minha produção, seja de doces à pronta entrega ou encomendas”, detalha. O cardápio é variado e acompanha as tendências do mercado. “Inspirações eu busco no que vejo que está viral ou no que as pessoas têm buscado muito para consumir. Às vezes faço como vejo na internet, outras vezes adapto para o meu jeito”, explica.
As vendas são feitas por duas plataformas: um site, onde os clientes escolhem os doces de pronta entrega, e o WhatsApp, usado para orçamentos e encomendas personalizadas. “Os meus pedidos de pronta entrega são organizados em um site em que o cliente tem disponibilidade para olhar todo o meu cardápio, escolher o que quer e a modalidade de entrega. Assim me organizo melhor e ganho tempo. Já as minhas encomendas são orçadas e pensadas via WhatsApp, de forma exclusiva", destaca.
Mesmo sem cursos profissionais, Luiza desenvolveu as habilidades por conta própria. “O único curso que adquiri foi um mini curso on-line, mas a grande maioria das minhas práticas são tentativas baseadas no que eu já sei. Algumas tentativas frustrantes, mas que me permitem saber onde errei e tentar de novo”, conta. "Aprendi que empreender é enfrentar altos e baixos com medo, mas sem deixar que isso me abale. É lidar com incertezas, aflições e criar coragem para encarar", reflete.
O principal objetivo da empreendedora agora é abrir uma loja física. “Meu maior sonho, por enquanto, tem sido abrir minha loja física, conquistar maquinário e espaço suficiente para isso acontecer. Infelizmente, não é tão simples, por isso a possibilidade precisa ser estudada. Mas quem sabe daqui pra frente realizo", completa.
Para outros jovens que pensam em empreender, Luiza deixa um conselho direto: "Apenas comece. Com o que tem, do jeito que está. Muitos acreditam que o começo de um negócio deve vir de um alto investimento e um grande ocorrido, mas se você esperar por esse tempo, talvez ele nunca chegue", aconselha.
(*) Lília Ferreira é estagiária sob supervisão da jornalista Nayrana Meireles -DRT 0002326/PI