
A cozinha da casa virou fábrica de memórias, e de chocolate. No Dia Mundial do Chocolate, comemorado neste 7 de julho, a confeiteira Izamara Miranda, de 25 anos, celebra mais do que o ingrediente que adoça suas receitas: comemora também a decisão de deixar o emprego fixo para viver da tradição que começou ainda na adolescência, com apoio da mãe, da tia e da irmã.
Izamara Miranda e sua irmã Iandara mantêm viva a tradição familiar
Izamara começou a vender doces aos 15 anos, quando ainda estudava. A mãe, que sempre trabalhou com bolos e salgados, era sua maior inspiração. Foi observando e ajudando que ela aprendeu os primeiros passos. “Minha mãe sempre trabalhou com isso. Eu comecei vendendo chocolate na escola, depois passamos a atender por encomenda”, conta.
O tempo passou, e o que parecia só uma renda extra se tornou um projeto de vida. Neste ano, Izamara tomou uma decisão importante: saiu do trabalho com carteira assinada para focar totalmente na confeitaria familiar. “Eu percebi que podia trabalhar com isso de verdade. Saí do meu emprego para continuar essa tradição e levar sabor ao nosso público”, afirma.
A produção é feita em equipe e em casa. Cada uma tem sua função: uma faz a massa, outra enrola, outra prepara o recheio. Quando as encomendas aumentam, a rotina também se ajusta, e a união entre elas é o que garante que tudo funcione. “Quando tem muito pedido, a gente se organiza e cada uma faz uma parte. Sempre dá certo”, diz Izamara.
Mais do que um negócio, o chocolate representa história para a família. Cada receita carrega lembranças de festas, aniversários e celebrações simples marcadas pelo afeto. “O chocolate representa amor. Lembro da minha mãe preparando os bolos dos nossos aniversários, das festas dos quinze anos... Ela sempre esteve presente com um bolo, com um doce. Isso ficou marcado na nossa memória.”
Mesmo tendo crescido nesse ambiente, Izamara admite que o maior desafio foi interno: acreditar que o sonho poderia se tornar realidade. “Os nossos maiores desafios fomos nós mesmas. Apesar da tradição, cada uma queria seguir um caminho, ser contadora, trabalhar no comércio… Mas quando percebi que eu realmente podia viver disso, decidi sair do meu emprego para continuar com essa tradição familiar e levar sabor ao nosso público.”
Hoje, ela garante que qualidade vem antes de preço. Desde a escolha dos ingredientes até o cuidado na entrega, tudo é feito com atenção a cada detalhe. “A gente não compra o mais barato. A gente pensa na qualidade. Trabalhamos com um chocolate especial, sempre pensando no cliente.”
Izamara também deixa um recado para outras mulheres que sonham em empreender: "Sejam corajosas. Trabalhem com seriedade, com amor, com dedicação. Não pensem só em preço. Pensem no valor do que vocês estão construindo."
(*) Lília Ferreira é estagiária sob supervisão da jornalista Nayrana Meireles -DRT 0002326/PI