
Thierry Frémaux, delegado geral do Festival de Cannes, afirmou nessa segunda-feira (13) que o cinema é uma “arma patriótica” capaz de valorizar a cultura de um país. Ele criticou a decisão do presidente argentino, Javier Milei, de cortar subsídios para o cinema e elogiou o cinema brasileiro, que ele acredita estar ressurgindo. O Festival de Cannes acontece nesta terça-feira (14).
Frémaux observou que o cinema argentino está enfrentando dificuldades devido à decisão do governo de Milei de cortar o apoio financeiro estatal ao setor. Ele considera essa medida um “erro”, pois vê o cinema, a arte e a cultura como ferramentas de defesa e valorização do espírito de um país e de seu povo, além de serem importantes economicamente. A indústria cinematográfica argentina, conhecida por sua proliferação e reconhecimento na região, está em crise devido aos cortes drásticos no apoio estatal.
Em contraste com a situação na Argentina, Frémaux destacou o Brasil, um dos principais players do cinema latino-americano. Ele afirmou que “algo está se movendo” no cinema brasileiro e expressou satisfação ao ver que o retorno do presidente Lula ao poder permitiu que o cinema brasileiro ressurgisse.
Frémaux citou o filme “Motel Destino”, do brasileiro Karim Ainouz, como exemplo do bom momento do cinema brasileiro. Este é o único filme latino-americano concorrendo à Palma de Ouro este ano. Ele também mencionou o próximo lançamento do documentário de Oliver Stone sobre Lula e a homenagem à família Barreto, cineastas brasileiros, com a exibição de “Bye Bye Brasil”, de Cacá Diegues.
Após discutir outros filmes ainda em produção que os organizadores tiveram a oportunidade de assistir, como o último de Walter Salles, Frémaux concluiu: “Há um movimento novamente no cinema brasileiro. Bem-vindo de volta”.
O Brasil volta com nomes significativos do cinema no prestigiado Festival: teremos 'Baby' dirigido por Marcelo Caetano e o documentário do atual presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva dirigido pelo vencedor do Oscar, Oliver Stone.
Serão apresentados na amostra os filmes 'Amarela', com representatividade nipo-brasileira, dirigido por André Hayato Saito, além do curta 'A Menina e o Pote', da pernambucana Valentina Homem, e o filme 'A Queda do céu', com direção de Eryk Rocha e Gabriela Carneiro de Cunha.
Fonte: Correio do Povo