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Trecho da Transnordestina que passa por Eliseu Martins começa este ano

Piauí Hoje

Domingo - 29/06/2008 às 03:06



De 1,7 mil quilômetros previstos no projeto da Ferrovia Transnordestina, que deverá ligar o interior do Nordeste aos portos de Pecém (CE) e Suape (PE), apenas o trecho de 96 quilômetros entre os municípios de Salgueiro, em Pernambuco, e Missão Velha, no Ceará, está em obras. Nesta parte, está sendo realizada a terraplanagem para a colocação dos trilhos, que deve começar em quatro meses.Nos outros trechos, nenhuma obra foi iniciada. A ordem para o início da construção da ferrovia foi dada há dois anos, e a previsão é de ue ela esteja pronta em 2010.O secretário de gestão do Ministério dos Transportes, Miguel Masella, diz que esse atraso é normal em início de obras. Ele acredita que é possível concluir o empreendimento dentro do prazo, mas que o ritmo de construção vai depender de quantas frentes de serviço serão contratadas pela empresa concessionária da ferrovia.Masella prevê que os trechos entre Salgueiro e Missão Velha e entre Salgueiro e Trindade (PE) devem ser concluídos no ano que vem. "É possível colocar mil metros de trilhos por dia", afirma, lembrando que esse é o ritmo da Ferrovia Norte-Sul.Os trechos que ligam Trindade a Eliseu Martins (PI) e Missão Velha ao Porto de Pecém, no Ceará, devem ter as obras iniciadas no fim deste ano, mas só ficarão prontos em 2010. "Acho que estamos apertados, estamos trabalhando sem folga", avalia Rômulo do Carmo Neto, diretor de Infra-estrutura Ferroviária do Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transporte (Dnit).A linha que liga Salgueiro ao Porto de Suape, em Pernambuco, já existe, mas será reconstruída. Isso porque a linha atual é em bitola métrica, ou seja, os trilhos têm um metro de distância um do outro, e as ferrovias modernas são feitas em bitola larga, com 1,6 metro de distância. Esse trecho deve começar a ser feito em outubro, e também ficará pronto só em 2010.Cerca de 300 áreas já foram desapropriadas ao longo da ferrovia. As desapropriações restantes estão a cargo dos governos estaduais. "É mais simples para os estados, que estão dentro do local, fazer as desapropriações", explica Masella.Dos cinco trechos da obra, três estão na fase inicial do licenciamento ambiental: Missão Velha/Pecém, Salgueiro/Suape e Trindade/Eliseu Martins. Segundo o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), os estudos de impacto ambiental foram devolvidos ao empreendedor porque não atendiam aos requisitos estabelecidos.O trecho entre Salgueiro e Trindade, em Pernambuco, aguarda a licença de instalação, prevista para ser emitida pelo Ibama até o dia 30 de junho. Já o intervalo entre Salgueiro e Missão Velha (CE) já recebeu a licença de instalação.O investimento previsto na ferrovia é de R$ 4,5 bilhões. Os recursos são da concessionária da obra (R$ 300 milhões) e de financiamentos do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste e do Fundo de Investimentos do Nordeste (R$ 3,5 bilhões). Outros R$ 400 milhões serão de empréstimo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), e R$ 250 milhões virão de novos sócios.A empresa responsável pela construção da ferrovia é a Transnordestina Logística, que até maio chamava-se Companhia Ferroviária do Nordeste (CFN). A Companhia Siderúrgica Nacional, acionista majoritária da Transnordestina Logística, informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que não vai comentar o andamento das obras na Transnordestina.Nos dois primeiros balanços do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), realizados em abril e setembro de 2007, a obra encontrava-se com selo amarelo, ou seja, o seu andamento merecia atenção especial do governo. Os principais entraves eram as desapropriações e as licenças ambientais. Já no balanço anual do programa, apresentado em janeiro deste ano, a ação recebeu selo verde, que indica andamento adequado. A mesma classificação foi dada no último balanço do PAC, feito em maio.De acordo com o diretor do Dnit, a obra é uma das prioridades do governo atual, e a Casa Civil tem cobrado o cumprimento dos prazos. "Temos colocado todos os esforços para a obra sair. Se ela não está no andamento desejado, é em função da dificuldade que temos na elaboração de projetos. Mas o governo não trabalha com a hipótese de atrasar", afirma.

Fonte: Agência Brasil

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