O relatório da OCDE, divulgado nesta terça-feira (10), apresenta avanços significativos na redução da taxa de jovens que não trabalham, estudam, nem estão em formação (NEET). Entre 2016 e 2023, a taxa média de NEET nos países membros caiu de 15,8% para 13,8%. No Brasil, embora ainda acima da média da OCDE, a taxa também diminuiu, passando de 29,4% para 24% no mesmo período.
O estudo Education at a Glance 2024 revela que a redução dos jovens NEET está associada a mercados de trabalho mais robustos e a um aumento na participação educacional. Além disso, o relatório destaca uma diminuição na porcentagem de jovens adultos sem ensino médio completo. No Brasil, a proporção de pessoas de 25 a 34 anos sem essa formação caiu 8 pontos percentuais, ficando em 27%, ainda acima da média da OCDE, que é 14%.
A pesquisa também aponta que a falta de educação continua a impactar negativamente as perspectivas de emprego. No Brasil, 64% dos jovens de 25 a 34 anos sem ensino médio estão empregados, enquanto 75% daqueles com essa formação têm emprego. Na OCDE, esses percentuais são de 61% e 79%, respectivamente. Além disso, os salários tendem a ser menores para aqueles sem qualificação adequada.
A desigualdade de gênero persiste tanto na educação quanto no mercado de trabalho. Embora as mulheres superem os homens em desempenho educacional, elas enfrentam desvantagens no emprego e na remuneração. No Brasil, mulheres jovens com ensino superior ganham, em média, 75% do salário dos homens, enquanto na OCDE a média é 83%. Para aquelas com ensino médio ou qualificação técnica, a discrepância salarial no Brasil é ainda maior, com mulheres ganhando 74% do salário dos homens, comparado a 84% na média da OCDE.
O Brasil está na lista de candidatos a membro da OCDE desde 2022 e participa do relatório Education at a Glance desde sua primeira edição em 1997. O estudo continua a ser uma ferramenta importante para comparar sistemas educacionais e identificar áreas para desenvolvimento e políticas de melhoria.
Fonte: Agência Brasil