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Família de empresária torturadora de criança será denunciada na Justiç

Piauí Hoje

Quarta - 26/03/2008 às 03:03



A família da empresária Silvia Calabresi Lima é a principal envolvida por ação ou omissão no caso de tortura e cárcere privado da menor L.R.S., de 12 anos, descoberto na semana passada. A denúncia será feita à Justiça de Goiás hoje (26) pela delegada de Proteção à Criança e Adolescente (DPCA), Adriana Accorsi, de Goiânia, cidade onde o crime ocorreu.L.R.S. sofreu maus-tratos e depois foi torturada, nos últimos dois anos, na casa da empresária. De acordo com a denúncia, que é feita pelo Inquérito Policial nº 075/08, a delegada concluiu após 10 dias de investigações que o silêncio e a omissão dos membros da família Calabresi Lima foram fatores fundamentais para a continuidade das violações contra a menina.O relatório com mais de 100 páginas descreve a maneira como a garota era torturada, os locais, horários e instrumentos empregados para tortura, que contou com ajuda diária da empregada doméstica da empresária, Vanice Maria Novaes, de 23 anos. Silvia e Vanice estão presas na Casa de Prisão Provisória (CPP), em Aparecida de Goiânia, a 20 quilômetros de Goiânia."A tortura foi sistematicamente empregada contra a menor", disse a delegada, que também relacionou a mãe adotiva da empresária, Maria de Lourdes Biachi Arantes, de 82 anos, o marido, Marco Antonio Calabresi Lima, de 42 anos, e o filho, Tiago Calabresi Lima, de 24 anos. A mãe adotiva e o filho de Silvia não se apresentaram hoje (25) à Policia para prestar depoimento.A mãe de L.R.S., Joana Darc da Silva, de 40 anos, que "doou" a filha para Silvia, também está sendo denunciada por omissão e entrega ilegal de criança. "O silêncio dos familiares foram decisivos", afirmou a delegada.O inquérito será entregue à Justiça às 15h desta quarta-feira (26). "Ao longo dos anos, a tortura foi ficando sofisticada. No começo, eram espancamentos; por fim, ocorreu aprisionamento com correntes e mordaças", disse a delegada.Ao inquérito estão sendo anexados os resultados dos exames de corpo de delito, o depoimento e o perfil psicológico de L.R.S. que confirmaram a ação de tortura. Também foram reunidos os depoimentos colhidos de cinco meninas, que nos últimos 17 anos trabalharam na casa da empresária. OS INDICIADOS1-Silvia Calabresi Lima, 42 anos, empresária. Acusação: tortura, cárcere privado e redução à condição análoga de escravo. Pena prevista: 32 anos de prisão.2-Marco Antonio Calabresi Lima, 42 anos, engenheiro civil. Acusação: omissão em caso de tortura. Pena prevista: 4 anos de reclusão.3-Tiago Calabresi Lima, 24 anos, estudante. Acusação: omissão em caso de tortura. Pena prevista: 4 anos de reclusão.4-Maria de Lourdes Bianchi Arantes, 82 anos, mãe adotiva da empresária, viúva. Acusação: omissão em caso de tortura. Pena prevista: 4 anos de reclusão.5-Vanice Maria Novaes, 23 anos, empregada doméstica, solteira. Acusação: tortura, cárcere privado. Pena prevista: 16 anos.6-Joana Darc da Silva, dona-de-casa, 40 anos. Acusação: omissão e entrega ilegal de criança. Pena prevista: 8 anos.AS VÍTIMAS1-L.R.S., de Goiânia, hoje com 12 anos, ficou dois anos (2006-2008). Liberta pela Polícia no dia 19.2-A.A.F., de Adelândia (GO), hoje com 10 anos, ficou seis meses. Em 2005, fugiu.3-C.V.B., de Adelândia, hoje com 16 anos, ficou um mês (2005) e fugiu.4-C.H.M., de Goiânia, hoje com 11 anos, ficou cinco meses (2002) Foi resgatada pelo Conselho Tutelar.5-Lorena Coelho Reis, de Aparecida de Goiânia (GO), hoje com 20 anos, ficou um ano (2002) e fugiu. 6-Elivânia Silva Ferreira, de Iporá (GO), hoje com 23 anos, ficou 11 anos (até 2002) e fugiu.

Fonte: Agências

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