Economia

TAXA DE DESEMPREGO

Desemprego cai para 6,6% no trimestre finalizado em agosto, menor nível da história

Taxa assume o posto de mais baixa desde 2014 com 7%

Da Redação

Sexta - 27/09/2024 às 11:08



Foto: Amanda Perobelli Carteira de Trabalho
Carteira de Trabalho

A taxa de desemprego no Brasil manteve queda e recuou para 6,6% no trimestre finalizado em agosto, apontam os dados divulgados nesta sexta-feira (27) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse percentual representa o menor nível de desocupação de toda a história da Pesquisa Nacional por Amostra de domicílios (Pnad), que vem sendo coletada desde 2012, para o período.

Pnad

A taxa de desemprego é menor em 12 anos para o trimestre encerrado em agosto. Com a taxa d 6,6% assumindo o posto de mais baixa do levantamento para o período ao aparecer abaixo do resultado de 2014 (7%).  No mesmo período, em agosto do ano passado, o desemprego atingiu 7,8% da população nacional. A taxa agora está mais próxima do desemprego para todos os meses do ano, seguindo a análise entre os trimestres móveis. O menor patamar de desemprego do Brasil foi registrado no período até dezembro de 2013, quando 6,3% da população buscava por uma oportunidade profissional.

Segundo a pesquisa, a população desocupada caiu para 7,3 milhões, o menor número de pessoas procurando trabalho desde o trimestre encerrado em janeiro de 2015. Esse contingente mostrou reduções significativas nas duas comparações: no trimestre, a população desocupada diminuiu -6,5%, o que significa menos 502 mil pessoas buscando trabalho. Frente ao mesmo trimestre móvel de 2023, a redução foi mais intensa, -13,4%, ou menos 1,1 milhão de pessoas em busca de uma ocupação.

Já o número total de trabalhadores do Brasil bateu novo recorde, chegando a 102,5 milhões. Na comparação trimestral, a população ocupada do país cresceu 1,2%, ganhando mais 1,2 milhão de trabalhadores. Frente ao mesmo trimestre móvel do ano passado, esse contingente cresceu 2,9%, o equivalente a mais 2,9 milhões de pessoas. Para a coordenadora de pesquisas domiciliares do IBGE, Adriana Beringuy, “a baixa desocupação reflete a expansão da demanda por trabalhadores em diversas atividades econômicas, levando a taxa de desocupação para valores próximos ao de 2013, quando esse indicador estava em seu menor patamar”.

Rendimento no trimestre encerrado em agosto apresenta leve crescimento

No trimestre encerrado em agosto, o rendimento médio real das pessoas ocupadas atingiu R$ 3.228. O valor manteve-se estável em relação ao trimestre móvel anterior, sem variações estatisticamente relevantes, mas apresentou um crescimento significativo de 5,1% na comparação com o mesmo período de 2023.

A massa de rendimentos, que engloba a soma total das remunerações de todos os trabalhadores, alcançou R$ 326,2 bilhões. Esse valor representa um crescimento de 1,7% no trimestre e um aumento expressivo de 8,3% em relação ao ano anterior.

Crescimento no setor privado impulsiona mercado de trabalho

O setor privado registrou um total de 52,9 milhões de empregados, o maior número da série histórica. No trimestre, houve um acréscimo de 1,7%, o que corresponde a 882 mil novos postos de trabalho. Comparando com o mesmo período de 2023, o setor privado apresentou uma alta de 4,9%, o equivalente a 2,5 milhões de trabalhadores adicionais.

Os empregados com carteira assinada no setor privado atingiram um recorde de 38,6 milhões, enquanto o número de trabalhadores sem carteira assinada também cresceu, totalizando 13,2 milhões. Entre os setores, o Comércio foi o principal responsável pelo aumento de ocupação, com um crescimento de 1,9% no trimestre, equivalente a 368 mil novos postos. Esse grupo de atividade atingiu o maior contingente já registrado, com 19,5 milhões de trabalhadores. Os demais setores não apresentaram variações significativas.

Setor público atinge novo recorde de empregados

O setor público também registrou números recordes, com 12,8 milhões de empregados, um aumento de 1,8% no trimestre (mais 221 mil pessoas) e de 4,3% no ano (523 mil novos empregados). O crescimento foi impulsionado, principalmente, pelo aumento de 4,5% no número de servidores sem carteira assinada no trimestre e de 6,6% no ano. Enquanto isso, o grupo de militares e servidores estatutários, que são admitidos por concurso público, permaneceu estável em ambas as comparações.

Adriana, especialista no setor, comentou: “Embora o grupo de empregados sem carteira assinada no setor público não seja o maior, é o que mais tem contribuído para a expansão do total de trabalhadores no segmento. Esses profissionais não são considerados estatutários e seus contratos temporários, muitas vezes regulados por leis específicas, têm forte presença na educação fundamental, especialmente nas escolas municipais administradas pelas prefeituras.”

Fonte: UOL

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