O presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galipolu, confirmou que o Pix parcelado será lançado em setembro, permitindo que usuários realizem pagamentos em prestações diretamente pelo sistema de transferências instantâneas. Além dessa novidade, a instituição anunciou o cronograma de duas novas funções: o Pix em garantia, previsto para 2026, e um sistema de autoatendimento para devolução de valores em casos de fraude, que entrará em operação em outubro. As medidas fazem parte da estratégia do BC para ampliar as possibilidades de uso do Pix e reforçar a segurança das transações.
A partir de setembro, os usuários poderão parcelar compras e transferências feitas por Pix, semelhante ao funcionamento do cartão de crédito. O recebedor terá acesso imediato ao valor integral da transação, enquanto o pagador poderá dividir o montante em prestações, com acréscimo de juros.
Segundo o Banco Central, essa funcionalidade visa impulsionar o uso do Pix no comércio, tornando-se uma alternativa ao crédito tradicional e facilitando o acesso de consumidores que não possuem cartão de crédito. O parcelamento poderá ser utilizado em qualquer transação Pix, inclusive entre pessoas físicas.
Com lançamento previsto para 2026, o Pix em garantia permitirá que empresas utilizem valores a receber via Pix como garantia para obtenção de crédito em instituições financeiras. O objetivo é oferecer uma alternativa de crédito mais acessível, reduzindo taxas de juros para pequenos e médios negócios.
O BC explica que essa modalidade exigirá uma estrutura operacional mais complexa, o que justifica o prazo maior para sua implementação. A funcionalidade será exclusiva para empresas e não alterará o funcionamento do Pix para pessoas físicas.
Novo sistema de devolução contra fraudes
A partir de 1º de outubro, o Banco Central lançará um sistema de autoatendimento no Mecanismo Especial de Devolução (MED), permitindo que vítimas de golpes solicitem a devolução de valores diretamente pelo aplicativo do banco, sem precisar de atendimento humano. A medida visa agilizar o bloqueio dos recursos na conta do fraudador e aumentar as chances de recuperação.
Atualmente, o MED já permite o bloqueio de valores transferidos indevidamente, mas depende da intermediação de atendentes. Com a nova ferramenta, todo o processo será digital e automatizado. O Banco Central reforça que a funcionalidade será exclusiva para fraudes e erros operacionais dos bancos, não se aplicando a desacordos comerciais ou envios errados por descuido do usuário.
Desde 1º de abril, o Pix também passou a diferenciar visualmente os comprovantes de pagamento. Comprovantes de transações agendadas agora exibem o termo “Agendamento Pix” e um ícone de calendário com relógio, enquanto pagamentos concluídos trazem um símbolo de “check”, indicando a efetivação.
A mudança dificulta golpes em que criminosos apresentam comprovantes de Pix agendado para enganar vendedores e depois cancelam a transação. Com a nova distinção, comerciantes poderão verificar com mais segurança se o pagamento foi realmente realizado antes de liberar um produto ou serviço.
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