Arte e Cultura

MÚSICA POPULAR BRASILEIRA

Obras de Raul Seixas uniram estilos em seus 26 anos de carreira

Cantor e compositor completaria 80 anos neste sábado

Da Redação

Sábado - 28/06/2025 às 11:00



Foto: Reprodução Raul Seixas
Raul Seixas

Raul Seixas completaria 80 anos neste sábado (28). Com uma carreira de 26 anos, ele lançou 17 discos e mais de 300 músicas, tornando-se um dos artistas mais importantes da música brasileira. Conhecido como o pai do rock brasileiro, Raul misturava rock com ritmos nordestinos, como o baião, e foi muito influenciado por Elvis Presley.

Seus maiores sucessos têm letras marcantes, que falam de liberdade, questionamentos sociais e filosofia de vida. Entre elas estão: Maluco Beleza, Metamorfose Ambulante, Sociedade Alternativa, Gita, Tente Outra Vez, Ouro de Tolo e muitas outras que marcaram gerações.

Segundo o pesquisador Herom Vargas, o início da carreira de Raul não foi fácil. Em Salvador, formou a banda Os Panteras e gravou o primeiro disco com o nome Raulzito e os Panteras, mas o álbum não fez sucesso. Parte do grupo voltou para Salvador, enquanto Raul ficou no Rio de Janeiro, enfrentando dificuldades financeiras — como ele mesmo contou na música Ouro de Tolo.

Mais tarde, Raul trabalhou como produtor musical e, em 1971, lançou com outros artistas o disco Sociedade da Grã Ordem Kavernista apresenta Sessão das 10. Foi mais uma tentativa que também não teve grande sucesso. Em 1972, participou do Festival Internacional da Canção com Let Me Sing, Let Me Sing, que abriu portas para ele lançar Ouro de Tolo e, em seguida, seu primeiro disco solo de destaque: Krig-ha, Bandolo!, de 1973.

Esse álbum trouxe músicas como Mosca na Sopa e Rockixe, e fez com que ele ganhasse fama nacional. A partir daí, sua carreira decolou.

Raul também teve importantes parcerias musicais. No início dos anos 70, compôs com Paulo Coelho, e depois teve uma longa colaboração com Cláudio Roberto, com quem escreveu mais de 50 músicas. Outros parceiros foram Marcelo Motta e Marcelo Nova, este último no disco final A Panela do Diabo, de 1989.

Muitos acham que Raul era ligado ao ocultismo ou misticismo, mas segundo seu amigo e fã Sylvio Passos, ele apenas estudava esses temas. Raul tinha uma visão mais filosófica do que religiosa. Ele se considerava um anarquista e usava a música para questionar a realidade.

Para Passos, Raul era um artista plural, que observava o mundo, refletia sobre ele e transformava tudo em canções profundas, mas acessíveis. Como o próprio Raul dizia: “Se você quer me conhecer, ouça meus discos. Eu estou inteiro lá”.

Raul enfrentou problemas com o alcoolismo e doenças como diabetes, pressão alta e pancreatite, que levaram à sua morte em 1989, aos 44 anos, após uma parada cardíaca. Ele foi encontrado em seu apartamento, em São Paulo.

Apesar da morte precoce, sua memória é celebrada todos os anos na Passeata Raulseixista, que acontece em São Paulo. O evento reúne fãs de várias partes do Brasil em frente ao Theatro Municipal para cantar, se encontrar e homenagear o ídolo.

A jornalista Mayara Grosso, de 30 anos, participa da passeata desde criança, levada pelos pais. Inspirada pelo evento, escreveu um livro-reportagem chamado A Semente da Nova Idade, sobre a vida de Raul e a relação com os fãs. Para ela, Raul representa família, memória e emoção.

Fonte: Agência Brasil

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