O ator Emiliano Queiroz morreu nesta sexta-feira (4), aos 88 anos, no Rio de Janeiro. Com uma carreira marcada por mais de 40 novelas, ele é mais conhecido pelo personagem Dirceu Borboleta em "O Bem-Amado" (1973).
Internado na Clínica São Vicente da Gávea por 10 dias para a colocação de três stents no coração, Emiliano teve alta na quinta-feira (3). Na madrugada desta sexta, ele começou a passar mal após acordar e tomar banho. Levado de volta ao hospital, sofreu uma parada cardíaca. Apesar de ser reanimado e entubado, ele morreu horas depois.
Em 2022, Emiliano comemorou 70 anos de carreira e participou do programa Conversa com Bial, onde relembrou momentos marcantes de sua trajetória. Desde pequeno, ele mostrou talento para a dramaturgia, fazendo teatro para adultos em sua cidade natal, Aracati, no Ceará. Seu pai o levou para assistir à peça 'O Mártir do Gólgota', o que despertou sua vocação.
Aos 14 anos, Emiliano ingressou no Teatro Experimental de Arte em Fortaleza e, aos 16, começou a trabalhar na Ceará Rádio Clube. Ele era casado há 51 anos com Maria Letícia, advogada e atriz, e juntos criaram 14 filhos, além de deixar 8 netos e 3 bisnetos. O local e horário do velório e cremação ainda não foram definidos.
Contribuições Artísticas
O artista deixou uma marca indelével no imaginário brasileiro com seu papel em "O Bem-Amado", mas sua carreira incluiu mais de 60 filmes e 70 produções na TV, entre novelas, minisséries e especiais. Ele estreou na TV Globo em 1965, e seu papel em "Eu Compro Esta Mulher" (1966) o fez conquistar o público. Emiliano também recordou ter sofrido rejeição na rua devido a seu vilão em "O Sheik de Agadir".
Outros papéis notáveis incluem Tio Biju em "Cambalacho" (1986) e Tio Bernardo em "Alma Gêmea" (2005). Seus trabalhos mais recentes foram em "Além da Ilusão" (2022), "Éramos Seis" (2020) e "Espelho da Vida" (2018).
Reconhecimento no Cinema e Teatro
No cinema, Emiliano ganhou o Kikito de Ouro de Melhor Ator Coadjuvante no Festival de Gramado por uma participação em "Stelinha" (1990). Ele também atuou em filmes como "A Extorsão" (1975), "O Xangô de Baker Street" (2001), "Madame Satã" (2002) e "Casa de Areia" (2005).
No teatro, destacou-se em personagens como Veludo na peça "Navalha na Carne" (1969), Tonho em "Dois Perdidos Numa Noite Suja" (1971) e sua famosa interpretação de Geni na "Ópera do Malandro" (1978), de Chico Buarque. Emiliano Queiroz deixa um legado significativo na cultura brasileira, marcado por seu talento e dedicação à arte.
Fonte: g1