
Um aplicativo desenvolvido por jovens professores piauienses promete mudar a forma como os estudantes organizam a rotina de estudos. A ferramenta, que utiliza inteligência artificial, está em fase de testes com turmas da rede privada e funciona como um verdadeiro parceiro de aprendizagem, acompanhando o desempenho de cada aluno e oferecendo suporte personalizado.
“A proposta é pegar na mão do aluno e orientá-lo a fazer o que for preciso”, explica o professor André Campos, um dos idealizadores do projeto. Segundo ele, o aplicativo vai auxiliar os estudantes na criação de metas, no controle do tempo dedicado às disciplinas e na revisão de conteúdos, tudo adaptado ao perfil de cada usuário.
Com financiamento garantido, o projeto começou a ser testado com turmas da escola de reforço criada por uma equipe onde trabalham André e os colegas Leônidas Deolino e Paulo Carvalho. A iniciativa nasceu da vivência em sala de aula, observando de perto os desafios enfrentados por adolescentes. “Sabemos que muitos estudantes têm dificuldade de concentração, motivação e organização. Nossa ideia é oferecer um incentivo real, com orientação para cumprir tarefas, fazer exercícios e tirar dúvidas online”, destaca André.
O professor Leônidas Deolino explica que a ideia do aplicativo surgiu da prática cotidiana com alunos que, mesmo conscientes de suas dificuldades, não conseguiam desenvolver um método de estudos. “Muitos sabem o que precisam fazer, mas não conseguem estruturar um caminho. A tecnologia entra como aliada, sem substituir o professor, mas potencializando o trabalho”, ressalta.
Para o professor Paulo, o objetivo é contribuir com a formação desses jovens, ajudar na preparação para o futuro e democratizar o acesso ao acompanhamento individualizado, já que muitos estudantes não têm condições financeiras de pagar por aulas extras de reforço. “Nossa ideia é que cada aluno possa ter seu professor particular, digital, disponível 24 horas por dia.”
Com o lançamento previsto para o próximo ano, a equipe acredita que o futuro da educação passa pela combinação entre tecnologia, empatia e personalização. “Não se trata de substituir o professor, mas de ampliar o alcance do cuidado com o aluno. Se conseguirmos fazer o estudante acreditar no próprio potencial, já é uma revolução na educação”, avalia Paulo.
Empatia e juventude em sala de aula
Mas a inovação tecnológica não é a razão por trás do sucesso da equipe da escola. Jovens entre 23 e 25 anos, eles acreditam que a pouca diferença de idade em relação aos alunos facilita a comunicação e o aprendizado. “Eles nos veem como irmãos mais velhos, como alguém que já passou pelo que eles estão vivendo e sabe como ajudá-los”, comenta Paulo.
Essa proximidade, segundo Leônidas, é o que faz a diferença. “É muito bom ter esse suporte. Quero ser para os meus alunos o que eu gostaria que tivessem sido para mim, com esse apoio mais próximo. Na minha época, eu queria ter pessoas como nós ao meu lado”, afirma.
A trajetória dos professores começou há cerca de seis anos e o crescimento rápido da escola de reforço levou os três a tomarem uma decisão ousada: trancar o curso de Medicina por um período para se dedicarem totalmente ao empreendimento. “Nós realmente queremos trabalhar com educação e tecnologia para transformar a maneira como o aluno encara o estudo. Queremos revolucionar a educação em todo o Brasil. O resultado financeiro virá como consequência”, acredita André.
Os professores defendem que o reforço escolar precisa ser visto como uma parte essencial da educação, especialmente após a pandemia, que agravou as defasagens em leitura, escrita e raciocínio lógico. “O professor de reforço hoje é aquele que ajuda o aluno a acreditar que é capaz”, resume Paulo. “Ele reconstrói a autoconfiança e o gosto por aprender. O reforço não é só para quem está atrasado. É uma forma de garantir o direito de aprender, respeitando o ritmo de cada estudante.”
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