Cidade

TRANSPORTE

Moradores da Santa Maria sofrem com as linhas alimentadoras do terminal Rui Barbosa

A superlotação, as rotas não definidas e o tempo de espera são problemas recorrentes para quem mora na região da grande Santa Maria

Lívia Ferreira

Terça - 10/03/2020 às 13:27



Foto: Livia Ferreira Terminal Rui Barbosa localizado no bairro São Joaquim, rua Rui Barbosa, 4223, zona norte
Terminal Rui Barbosa localizado no bairro São Joaquim, rua Rui Barbosa, 4223, zona norte


A superlotação, as rotas não definidas e tempo de espera estão dificultando a vida de trabalhadores e estudantes que moram na região da Santa Maria, Parque Brasil e Monte Verde. O tempo de viagem aumentou. Com o Sistema Inthegra percursos antes feitos em quarenta ou cinquenta minutos duram agora vinte minutos a mais. A frota de ônibus foi dividida com metade dos ônibus saindo dos bairros ao terminal e a outra metade saindo do terminal ao centro. Por causa dessa divisão houve uma limitação de ônibus nos bairros alterando as rotas originais a fim de atender toda a população com a quantidade de veículos atual.

A superlotação é um problema comum nos ônibus que cobrem as linhas alimentadorasDe acordo com o Gerente de Planejamento da Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito - Strans, Denilson Guerra, quando, por exemplo, existe uma linha radial (original) que possui dez veículos a criação da linha tronco-alimentar faz com que cinco ônibus fiquem no bairro e cinco fiquem para o centro. Ou seja, a frota é reduzida nos bairros para alimentar o centro.

Praça Demóstenes Avelino (Fripisa) no centro da cidadeO principal benefício do Sistema Inthegra para Denilson Guerra é a diminuição do tempo de espera. Segundo ele antes do sistema as pessoas esperavam vinte ou trinta minutos, agora esse tempo caiu para 12 minutos. Porém, para a estudante de Serviços Jurídicos do Instituto Federal do Piauí-IFPI, Rosa Silva, o tempo que foi economizado nos bairros foi somado em dobro para quem precisa ir do centro ao terminal. “Ontem na praça  do Fripisa passei uma hora e dez minutos para pegar o T133 [Terminal Rui Barbosa - Centro via Centenário/Campos Sales] para ir para o terminal”, relata a estudante que mora no bairro Jacinta Andrade.

Usuários do transporte público no Residencial Jacinta Andrade enfrentam dificuldades como a falta de infraestrutura e segurança nas paradas de ônibusAlessandro Rocha estuda no bairro Jockey pega um ônibus até a praça do Fripisa e também aguarda o T133. “Antigamente para o bairro Parque Brasil, em que eu moro, o ônibus passava 21h35min e eu chegava em casa 22h25min. Com o Sistema Inthegra ontem (04/03) o ônibus passou 22h10min e não levou todo mundo que estava no caminho por estar extremamente cheio. Quando chegamos no terminal às 22h50min o carro do bairro saiu 23h00min e cheguei em casa 23h30min. Ou seja, antes eu chegava 22h25min ‘aí’ agora com o Inthegra chego em casa 23h30min”, conta Alessandro.

Devido a falta de informação e aos ajustes feitos pela Strans durante o período de implementação do Sistema Inthegra na zona norte, motoristas de ônibus são frequentemente parados por usuários apenas para darem informação.Além dos problemas com tempo de espera, outra dificuldade enfrentada pelos moradores do bairro Jacinta Andrade é o deslocamento até o ponto de ônibus no 13° Batalhão Policial Militar - BPM, no qual circula todas as linhas que antes alimentavam o bairro inteiro. Para o auxiliar de serviços gerais Fábio Gomes “nós que moramos no conjunto ficamos sem opção. Sempre dependemos do primeiro ônibus, Santa Maria via Centenário (201) no horário de 05h00min. Hoje em dia é o Santa Maria via Centenário Expresso, mas ele não entra dentro do conjunto, a parada mais próxima ao Jacinta Andrade é no 13° BPM. O conjunto é muito grande, conforme o endereço da pessoa a distância só aumenta e durante a madrugada os índices de assalto crescem”.

Esquina do 13° Batalhão Policial Militar na avenida principal do Jacinta Andrade agora é uma parada de ônibus, porém ainda não possui as inalações de uma. A Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito informou que já está providenciando a construção de um ponto de ônibus apropriado.A região da grande Santa Maria é muito populosa levando em consideração todos os bairros adjuntos. Então é comum a existência de pessoas que trabalham e estudam dentro do próprio bairro. Há também o Hospital Doutor Mariano Gayoso Castelo Branco no bairro Francisca Trindade, principal da grande região e redondezas. Logo, a mobilidade dentro do bairro é algo indispensável. Pensando nisso a Strans sinalizou um ponto de integração de três linhas alimentadoras, são elas as linhas A131 (Santa Maria via Terminal Rui Barbosa), A133 (Parque Brasil via Terminal Rui Barbosa) e A134 (Monte Verde via Terminal Rui Barbosa).

13° Batalhão Policial Militar localizado no Residencial Jacinta AndradePara o professor Raelson Santos que trabalha na região a integração no batalhão não resolveu “porque não é lógico pegar dois ônibus para andar no mesmo bairro. O A134 [Monte Verde Jacinta Andrade via Terminal Rui Barbosa] já passa no batalhão quando está saindo do bairro e indo ao terminal. Então como eu posso pegar o A131 pra depois pegar o A134 pra ir pra casa (Conjunto Jacinta Andrade)? Não tem lógica”.

Enquanto a nova parada de ônibus não é construída, as pessoas ficam esperando o ônibus expostas ao sol e a chuva sempre de pé.O professor também é aluno de Serviços Jurídicos no IFPI e transmite uma sugestão: “eles  poderiam colocar o A131 pra rodar aqui no conjunto Jacinta Andrade como andava antes e colocar o A134 pra passar no hospital depois que passasse no conjunto. Isso facilitaria muito e daria mais acesso”
Durante a noite e pela madrugada os riscos presentes no ponto de ônibus do 13° BPM aumentam. A iluminação é pouca e moradores do residencial que residem mais afastados do batalhão precisam se deslocar até esta parada para poderem embarcar em um ônibus.O Terminal Rui Barbosa fica situado no bairro São Joaquim, entre a Avenida Rui Barbosa e a rua Anísio Pires. Denilson Guerra, explicou que o Terminal Rui Barbosa terá uma linha que apresenta a maior frequência de Teresina. Ela possui 30 minutos de tempo de ciclo, período que o coletivo leva para ir até o Centro e retornar ao terminal. Conforme o busólogo Luccas Nunes Rios, o terminal não deveria existir. Além de ser o mais próximo ao centro, com cerca de vinte e cinco minutos de percurso, não atende as demandas da população.

Siga nas redes sociais

Compartilhe essa notícia: