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Câncer
A Rede Feminina Nacional de Combate ao Câncer (RFNCC) selecionou como tema da campanha Preciso Viver 2021: “O tratamento Não Pode Parar”. Diante da situação sanitária mundial e do agravamento da pandemia da Covid-19, assistimos, desde o ano de 2020, a elevação da piora acentuada da saúde dos pacientes oncológicos, suspensão dos tratamentos adequados, além do grande número de pessoas que estão com câncer em estágio inicial e não estão sendo diagnosticados.
A Rede Feminina de Combate ao Câncer do Piauí (RFCC-PI) em virtude da pandemia da covid-19, tem realizado diversas lives informativas em seu perfil de Instagram (@redefemininapi), com conteúdos que visam esclarecer a população acerca de todo o complexo contexto que vivem os pacientes oncológicos atualmente. As próximas transmissões ao vivo estão agendadas para essa terça-feira (27) às 19h, com o médico mastologista Sabas Vieira, que abordará a situação do câncer no Brasil nesse tempo de pandemia, e na semana seguinte, no dia 04 de maio.
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Carmen Campelo, presidente da RFCC-PI, destaca a necessidade da realização dessas ações informativas sobre o câncer nas redes sociais. “Temos que dar especial atenção a discursão da oncológia, e iremos fazer isso no âmbito do Piauí. Lembrando que no ano de 2020, mais de 230 mil pessoas faleceram em decorrência do câncer e o prognóstico de incidência de casos novos no período de 2020 a 2022, medido pelo INCA, é de mais de 680 mil casos de câncer. A situação é muito crítica e nós temos que debatê-la. Por isso estamos realizando as lives com oncologistas, gestores públicos e especialistas em saúde mental, para debatermos a oncologia no Piauí”, pontua a voluntária.
Além disso, Carmen Campelo também ressalta a necessidade das pessoas se engajarem com a programação da Campanha Preciso Viver 2021, que esse ano está totalmente adaptada ao formato virtual. “Contamos com a participação da população, pois precisamos nos preparar para esse novo desafio. Esse ano teremos algumas novidades, como a Run For Life, que faz da Campanha Preciso Viver, e acontecerá de forma on-line no mês de junho. Também teremos o ‘Dia do Desafio’, em 18 de maio. Nesse dia iremos postar diversos desafios para os internautas realizarem e compartilharem nas redes sociais atividades físicas que melhoram a saúde mental e a autoestima”, destacou a presidente da RFCC-PI
Estudos realizados pelo Hospital Sírio-Libanês em parceria com a Organização Mundial da Saúde (OMS), levantam um alerta para os impactos da pandemia do coronavírus em pacientes com câncer. No qual, mais de 52% dos pacientes em todo o mundo atrasaram suas cirurgias ou tratamentos. Além dos 77,5% dos pacientes que interromperam os cuidados primários contra a doença. Ainda existem dentro dessas estatísticas aqueles que descobriram com atraso o diagnostico de câncer ou sequer sabem que tem a doença, por conta da queda de novos diagnósticos que foi de 77%.
Não podemos dissociar os resultados destes estudos da polêmica da inserção dos pacientes oncológicos brasileiros no Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra covid-19. Médicos brasileiros defendem que o grupo deveria ser prioritário na fila da vacinação, sem restrições.
Um novo estudo brasileiro revela que os pacientes oncológicos que contraem a covid-19 têm taxa de mortalidade de 16,7%. Isso corresponde a 6 vezes mais que o índice global, de 2,4%. Essa pesquisa fortalece o argumento de especialistas da área, que defendem que as pessoas com câncer tenham prioridade na vacinação contra o vírus.
A pesquisa conduzida por médicos do grupo Oncoclínicas e publicada no Journal of Clinical Oncology (JCO), na qual foi realizada a identificação e acompanhamento de 198 pacientes oncológicos que foram contaminados pela covid-19 entre março e julho de 2020, revelou que desse total 33 morreram. Dentro do grupo de pessoas com câncer, fatores aumentaram o risco de um mau prognóstico, como pacientes com idade avançada, com comorbidades anteriores e histórico de tabagismo.
As estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que o Brasil conta com mais de 1,5 milhão de pessoas que dependem de tratamento oncológico, número que tende a aumentar, de acordo com a previsão do Instituto Nacional do Câncer (Inca) de novos 625 mil diagnósticos para 2021.
Desta forma, é fundamental a elaboração de estratégias e mecanismos que possibilitem a mitigação dos danos já existentes, bem como soluções que possam evitar as previsões catastróficas divulgadas pelas autoridades sanitárias mundiais.
A RFNCC, junto com a RFCC-PI e as demais afiliadas no pelo Brasil, irão promover a discussão dos dados referentes ao cenário atual da oncologia no Brasil, por estado, utilizando para isso, os meios de comunicação e mídias sociais, para promover lives com gestores públicos, oncologistas, depoimentos de pacientes e voluntários, para uma sensibilização ante a realidade do paciente oncológico.
Fonte: André Pessoa
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