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Vírus afeta homens e mulheres: saiba como prevenir, fique alerta

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Domingo - 21/10/2012 às 20:10



 É preciso ficar atento ao surgimento de lesões em seus órgãos genitais. Se notar algum tipo de lesão como verrugas e manchas, é importante procurar um médico especialista (urologista ou ginecologista), pois esses podem ser sintomas de infecções causadas por HPV (papiloma vírus humano). A atenção entre as mulheres é ainda mais importante, porque o vírus está associado ao câncer de colo de útero, o segundo mais frequente entre as mulheres, atrás apenas do câncer de mama.

O vírus é transmitido quase exclusivamente por meio das relações sexuais e pode causar lesões na vagina, na vulva, no colo do útero, no pênis e no ânus. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), do Ministério da Saúde, também existem estudos que demonstram a presença rara do vírus na pele, na laringe (cordas vocais) e no esôfago. Entre as lesões mais recorrentes relacionadas ao vírus também estão coceira, corrimento e dor ou sangramento durante a relação sexual.

Existem mais de 200 tipos diferentes de HPV. Eles são classificados em de baixo e de alto risco de câncer. Segundo o Inca, somente os de alto risco estão relacionados a tumores malignos. Se diagnosticado na fase inicial, as chances de cura do câncer de colo do útero são de até 100%. Ainda conforme o instituto, na maioria dos casos, as infecções por HPV costumam transcorrer sem sintomas e regredir espontaneamente, sem necessidade de tratamento.

"Ainda não se sabe por quanto tempo a pessoa permanece com o vírus no organismo. Por isso, é necessária a realização do exame preventivo em todas as mulheres que já tiveram relações sexuais e naquelas com história de HPV. Principalmente, esse exame deve ser mais criterioso e realizado com frequência maior", explica a ginecologista Roseli Aragão.

Prevenir - A máxima "prevenir é o melhor remédio" também deve ser seguida nos casos de HPV. Já que o vírus é transmitido principalmente pela relação sexual, a prevenção está no cuidado com a higiene pessoal e íntima, no uso de preservativo e em ter um parceiro sexual fixo. Evitar fumar e beber em excesso também contribui na prevenção do vírus, já que esses vícios afetam o sistema de defesa do organismo, tornando-o mais vulnerável ao HPV.

Fazer exames preventivos é fundamental. Segundo indicação do Inca, toda mulher que tem ou já teve atividade sexual deve se submeter a exame preventivo periódico, especialmente se tiver entre 25 e 59 anos de idade. "Hoje temos a disponibilidade da prevenção com as vacinas existentes no mercado, mas o exame de papanicolau e a colposcopia continuam sendo aliados importantíssimos na prevenção", afirma a ginecologista.

O exame papanicolau é o principal exame preventivo. Não detecta o vírus, mas as alterações que ele provoca nas células. Mulheres grávidas também podem realizar o exame. Já a colposcopia amplia a visão da área afetada em cerca de 40 vezes. Assim, fica mais fácil identificar as alterações detectadas pelo papanicolau.

Vacinas - Já existem duas vacinas que protegem o organismo contra o papiloma vírus. E, diferentemente do que se pregava, mulheres de todas as idades podem se beneficiar delas. Segundo a ginecologista Roseli Aragão, as vacinas disponíveis são eficazes protegendo a paciente dos tipos mais comuns e mais perigosos do HPV. Entretanto, a mulher, mesmo depois de vacinada, precisa realizar seu exame preventivo com regularidade, pois existem outros vírus mais raros que não são prevenidos ela vacina.

Em São Luís, a Alergocenter é uma das clínicas especializadas que disponibilizam as doses da vacina. No total, são três doses para imunização. A vacina bivalente (protege contra os vírus mais associados ao câncer de colo do útero - o 16 e o 18) é indicada para mulheres de 11 a 55 anos e custa R$ 215,00 (a dose). A segunda dose é tomada 30 dias após a primeira e a terceira, cinco meses depois da anterior. Já a vacina quadrivalente (além do HPV associados ao câncer, também previne contra os tipos 6 e 11, presentes em 90% dos casos de verrugas genitais) custa R$ 350,00 (a dose), e deve ser aplicada também em três etapas, com 60 dias e 6 meses depois a primeira dose.

A Comissão de Assuntos Sociais do Senado aprovou no mês passado o projeto de lei que institui a adoção da vacina contra o papilomavírus humano para meninas entre 9 e 13 anos de idade pelo Sistema único de Saúde (SUS). A decisão é em caráter terminativo e o texto segue para votação na Câmara. O projeto inicial da senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB/AM) era vacinar todas as mulheres entre 9 e 40 anos. Porém, a proposta foi alterada pela senadora Marta Suplicy (PT/SP) - antes de deixar o cargo para assumir o Ministério da Cultura.

A vacinação é mais eficaz antes do início da vida sexual das meninas, por isso foi escolhida a faixa etária entre 9 e 13 anos. Somente no primeiro ano, o governo deve gastar cerca de R$ 600 milhões com as doses da vacina. Depois, o custo cai para R$ 150 milhões por ano, já que somente as meninas que entrarem na faixa etária deverão receber a vacina. "Não há tratamento para o vírus. Daí a importância da vacina para evitar a contaminação. Quando tratamos uma paciente, estamos tratando as lesões causadas pelo vírus", ressalta a ginecologista Roseli Aragão.

HPV

O que é

O HPV (papiloma vírus humano) é um vírus transmitido por contato direto com a pele infectada, principalmente, por meio das relações sexuais, podendo causar lesões na vagina, vulva, colo do útero, pênis e ânus. Também existem estudos que demonstram a presença rara dos vírus na pele, na laringe (cordas vocais) e no esôfago.

Incubado

O HPV pode infectar uma pessoa e ficar anos (até duas décadas, no caso de infecção genital) sem se manifestar. A doença se revela mais em quem é imunodeprimido (como portadores de HIV e pessoas transplantadas).

Tipos

Existem mais de 200 tipos de vírus papiloma. Eles são classificados em de baixo e de alto risco de câncer. Somente os de alto risco, como os tipos 16, 18, 31, 33, 45 e 58, estão relacionados a tumores malignos

Sintomas

O sintoma mais comum é o surgimento de verrugas. Manchas ou caroços, coceira, corrimento e dor ou sangramento durante a relação sexual também podem estar relacionados a infecções por HPV

Mais mulheres

A doença atinge principalmente as mulheres. Nos homens, o vírus tem menor gravidade. Quando surgem sintomas, como verrugas, eles conseguem identificar mais rápido, pois o pênis é mais visível que os órgãos sexuais femininos

Como prevenir

- Use preservativo em todas as relações sexuais

- Seja cuidadoso com a própria higiene pessoal e íntima

- Tenha parceiro sexual fixo

- Evite fumar, beber em excesso ou usar drogas. Esses vícios afetam o sistema de defesa do organismo, tornando-o mais vulnerável ao HPV

Fonte: inca

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