
O ex-ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, concedeu uma entrevista ao portal UOL e falou sobre as acusações de assédio sexual que levaram à sua demissão do governo Lula (PT). Segundo ele, tanto ele quanto a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco (PT), foram vítimas de uma "armadilha política" e as acusações seriam parte de uma estratégia de intriga e desestabilização. O caso está sendo investigado pela Polícia Federal.
Almeida explicou que optou pelo silêncio por cinco meses para proteger sua família e evitar confrontos públicos, pois "criou-se um clima de hostilidade" e qualquer defesa sua era vista como desrespeito às vítimas. Agora, ele acredita que é o momento de se manifestar.
Acusações e contexto das reuniões
Ele negou veementemente as acusações de importunação sexual contra Anielle Franco e outras mulheres. Almeida relatou que houve um desentendimento entre ele e a ministra durante uma reunião sobre racismo nos aeroportos. Segundo ele, Anielle teria sido "deselegante" ao interrompê-lo e afirmar que ele estava "dando aula" na reunião. Ele escolheu se calar e deixou a reunião mais cedo, depois conversando com seus assessores sobre a dificuldade de trabalhar com o Ministério da Igualdade Racial e com Anielle Franco.
Supostas intrigas políticas
Almeida afirmou que foi alvo de uma campanha de intrigas nos bastidores do governo. Ele alegou que pessoas lhe disseram que a ministra se sentia incomodada com sua presença no ministério dela. Almeida acredita que ele e Anielle foram envolvidos em uma "armadilha política" orquestrada por interesses externos.
Outras denúncias e Me Too Brasil
Quando questionado sobre outras denúncias de assédio, como as feitas por ex-alunas e pela professora Isabel Rodrigues, Almeida expressou surpresa, especialmente em relação à acusação de Isabel, que, segundo ele, era sua amiga há anos. Ele também sugeriu que a organização Me Too Brasil pode ter agido com interesses políticos e financeiros ao vazar informações à imprensa. Almeida mencionou que recebeu mensagens de Marina Ganzarolli, presidente do Me Too Brasil, pouco antes da crise e que ela tentou marcar reuniões com ele fora dos canais institucionais.
Reação e o futuro
Ao ser questionado sobre sua decepção com o presidente Lula por sua demissão, Almeida disse que o presidente "foi levado a uma situação incontornável". Ele também afirmou que não pedirá desculpas, pois acredita não ter feito nada de errado. Almeida citou figuras históricas como Luiz Gama, Nelson Mandela e Lula, destacando que nunca se conformou com a injustiça.
Por fim, ele expressou sua indignação com o que considera uma campanha de destruição de reputação baseada em fofocas e intrigas políticas. "Foi uma experiência de muito sofrimento", afirmou, destacando que está indignado e que as pessoas que o acusaram de forma injusta serão responsabilizadas.
Fonte: Brasil247