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Saiba quem são os brasileiros sequestrados por Israel

15 cidadãos brasileiros estão entre as 500 pessoas presas ilegalmente por militares israelenses em águas internacionais; governo Lula se manifesta

A Redação

Quinta - 02/10/2025 às 09:58



Foto: Reprodução Thiago Ávila, Luizianne Lins e Mariana Conti estão entre os brasileiros sequestrados por Israel
Thiago Ávila, Luizianne Lins e Mariana Conti estão entre os brasileiros sequestrados por Israel

A interceptação da Flotilha Global Sumud pela marinha israelense nesta quarta-feira (1º) escancarou mais um episódio de violência e ilegalidade do governo de Israel. Em águas internacionais, cerca de 500 ativistas de dezenas de países, que transportavam alimentos, água potável, remédios e brinquedos para a população de Gaza, foram cercados, rendidos e sequestrados por militares sionistas. Entre eles, estão 15 brasileiros, incluindo parlamentares, militantes, pesquisadores e ativistas de movimentos sociais.

A ação militar, condenada por organizações internacionais como a Anistia Internacional, viola frontalmente o direito internacional. “Nenhuma regra do direito internacional autoriza ataques a embarcações em livre navegação em águas internacionais. A missão da flotilha é pacífica, humanitária e legal”, declarou a entidade, em nota.

A interceptação ocorreu a cerca de 70 milhas náuticas da costa de Gaza. Imagens transmitidas ao vivo momentos antes do corte das comunicações mostravam passageiros com coletes salva-vidas sendo cercados por navios de guerra. Pouco depois, Israel anunciou que os barcos estavam sendo rebocados para um porto sob seu controle.

Quem são os brasileiros sequestrados por Israel

  • Luizianne Lins – deputada federal (PT-CE)
  • Thiago Ávila e Silva Oliveira – ativista do movimento Bem Viver, integrante do comitê diretor da flotilha
  • Mariana Conti Takahashi – vereadora de Campinas (PSOL)
  • Bruno Sperb Rocha (Bruno Gilga) – trabalhador da USP e ativista da CSP-Conlutas
  • Lisiane Proença Severo – comunicadora popular
  • Magno de Carvalho Costa – diretor do SINTUSP
  • Ariadne Catarina Cardoso Teles – advogada popular, militante da luta pela terra na Amazônia
  • Mansur Peixoto – criador do projeto História Islâmica
  • Gabrielle da Silva Tolotti (Gabi Tolotti) – presidenta do PSOL-RS
  • Mohamad Sami El Kadri – presidente do Fórum Latino Palestino, coordenador da Frente Palestina de São Paulo
  • Lucas Farias Gusmão – ativista internacionalista
  • Nicolas Calabrese – professor, coordenador da Rede Emancipa no Rio de Janeiro (argentino residente no Brasil)

Além destes, outros militantes brasileiros cujos nomes ainda não foram confirmados estavam a bordo de embarcações menores da flotilha, segundo organizadores.

Repercussão no Brasil

O impacto da notícia provocou reações imediatas. No Congresso, a Câmara dos Deputados paralisou votações em solidariedade à deputada Luizianne Lins. Nas ruas, manifestantes realizaram vigílias, como a ocorrida em São Paulo, no espaço Al Janiah, exigindo a libertação dos detidos e cobrando que o Brasil rompa relações comerciais com Israel.

Deputados como Sâmia Bomfim, Guilherme Boulos e Erika Hilton (PSOL) acionaram o Itamaraty exigindo providências imediatas. “Pedimos ao governo brasileiro que atue diplomaticamente para garantir a liberdade imediata dos integrantes da flotilha e que possam retornar em segurança ao Brasil”, afirmaram.

Nota do Itamaraty

O governo Lula repudiou formalmente a ação israelense e divulgou posicionamento oficial:

"O governo brasileiro acompanha com preocupação a interceptação pela marinha israelense de embarcações da ‘Flotilha Global Sumud’, que contam com presença de cidadãs e cidadãos brasileiros, incluindo parlamentares.

Diante das primeiras notícias de detenção de nacionais brasileiros a bordo de embarcações da flotilha, entre eles a deputada federal Luizianne Lins, o Brasil recorda o princípio da liberdade de navegação em águas internacionais e ressalta o caráter pacífico da flotilha.

O governo brasileiro deplora a ação militar do governo de Israel, que viola direitos e põe em risco a integridade física de manifestantes em ação pacífica. No contexto dessa operação militar condenável, passa a ser de responsabilidade de Israel a segurança das pessoas detidas.

Reitera, nesse contexto, exortação pelo levantamento imediato e incondicional de todas as restrições israelenses à entrada e distribuição de ajuda humanitária na Faixa de Gaza, em consonância com as obrigações de Israel, como potência ocupante, à luz do direito internacional humanitário.

A Embaixada do Brasil em Tel Aviv está em contato permanente com as autoridades israelenses, de modo a prestar a assistência consular cabível aos nacionais, conforme estabelece a Convenção de Viena sobre Relações Consulares."

Fonte: Revista Fórum

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