
A Polícia Civil de São Paulo apura se a morte do advogado criminalista Luiz Fernando Sá e Souza Pacheco, de 51 anos, pode ter sido causada por envenenamento por metanol. Segundo informações do portal Metrópoles, Pacheco passou mal na madrugada de quarta-feira (1º/10), no bairro Higienópolis, região central da capital paulista, apresentando convulsões e dificuldades respiratórias, sintomas compatíveis com intoxicação pela substância.
Pouco antes de deixar de responder a colegas e amigos, o advogado enviou uma mensagem em tom de brincadeira em um grupo: “Desculpe os erros, tomei metanol”. Apesar da coincidência, uma amiga próxima descartou qualquer relação entre o comentário e a morte, afirmando que a frase não tinha vínculo com a causa do óbito.
De acordo com o boletim de ocorrência, Pacheco esteve em um bar antes de seguir de carro por aplicativo para outro local. A Secretaria de Segurança Pública informou que os laudos periciais ainda estão em andamento e serão determinantes para esclarecer as circunstâncias do falecimento.
Trajetória na advocacia
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie em 1996, Pacheco iniciou sua carreira no escritório do ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos. Ganhou notoriedade nacional ao atuar na defesa do ex-deputado José Genoino (PT-SP) no processo do Mensalão.
Reconhecido pela defesa das prerrogativas da advocacia e dos direitos fundamentais, foi um dos fundadores do Grupo Prerrogativas, conselheiro da OAB-SP em dois mandatos, presidente da Comissão de Prerrogativas e vice-presidente do Conselho Deliberativo do Instituto de Defesa do Direito de Defesa (IDDD). Também integrou o Conselho Nacional Antidrogas da Presidência da República. Nos últimos anos, atuava em seu próprio escritório na zona sul de São Paulo.
Bebidas adulteradas e metanol
A morte de Pacheco ocorre em meio a uma onda de casos de intoxicação por metanol em São Paulo. De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde, desde setembro foram registrados 37 episódios suspeitos, dos quais 10 confirmados, resultando em seis mortes.
Entre terça e quarta-feira, operações policiais apreenderam cerca de 800 garrafas de bebidas alcoólicas adulteradas. Quatro bares e duas distribuidoras foram interditados cautelarmente em bairros como Itaim Bibi, Jardins, Bela Vista e Mooca, além de estabelecimentos em São Bernardo do Campo e Barueri. Duas pessoas já foram presas sob suspeita de participação no esquema de adulteração.
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Fonte: Metrópoles