Oficiais da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) enfrentam medidas cautelares severas, como prisão preventiva, suspensão de salários e bloqueio de bens, no contexto das investigações sobre os atos ocorridos em 8 de janeiro. No entanto, membros do Exército, mesmo diante de provas consideradas mais robustas, não passaram por sanções similares, segundo fontes ouvidas pela reportagem.
A situação expõe uma aparente discrepância no tratamento entre as duas forças. Enquanto os policiais militares tiveram seus salários suspensos por seis meses e ainda enfrentam a indisponibilidade de bens, nenhuma medida desse tipo foi aplicada a militares do Exército. “Os oficiais da PM ficaram sem salário, com contas bloqueadas e bens até hoje indisponíveis. Pelo que eu vi, ninguém desse pessoal do Exército está sem salário ou com bens bloqueados”, afirmou uma fonte com conhecimento das investigações.
A diferença de abordagem, segundo a mesma fonte, pode ser explicada pelo peso político das instituições. “O STF tem medo. A PM é peixe pequeno, então deixou essas medidas passarem. Mas contra o Exército, que tem provas cabais, nada acontece”, declarou.
Além disso, a fonte destacou a diferença no grau das evidências entre os dois grupos. “Não há mensagem cabal de golpe entre os policiais. Eles podem ter se omitido, podem até querer um golpe, mas não existe prova direta. Já o Exército, sim”, acrescentou.
A desigualdade no rigor aplicado aos casos levanta questionamentos sobre a atuação da Justiça, com críticas de que a ausência de sanções contra o Exército pode alimentar uma percepção de impunidade, mesmo diante de provas mais contundentes.
Fonte: Revista Fórum