
Em entrevista concedida nesta quinta-feira (20) à Rádio Tupi, no Rio de Janeiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva abordou as recentes acusações contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados, relacionados a uma suposta tentativa de golpe de Estado. Lula enfatizou que, caso as investigações comprovem as denúncias, os responsáveis deverão enfrentar as consequências legais.
"Eu não tenho poder de falar pela Justiça. O que eu vi pela denúncia é que é grave, é muito grave", afirmou o presidente, referindo-se às acusações que incluem planos para assassinar autoridades, como o presidente e o vice-presidente eleitos, além de um ministro do Tribunal Superior Eleitoral. "Se for provada a denúncia feita pelo PGR da tentativa de golpe, da participação do ex-presidente e do primeiro escalão dele na tentativa de morte de um ministro da Suprema Corte Eleitoral, da tentativa de assassinato de um presidente da República e do vice-presidente, é uma coisa extremamente grave", acrescentou Lula.
O presidente também criticou os pedidos de anistia feitos por aliados de Bolsonaro antes mesmo de qualquer julgamento. Para Lula, tais solicitações sugerem uma admissão de culpa. "O que é engraçado é que essas pessoas estão se 'autocondenando' quando estão pedindo anistia antes de serem julgadas. A primeira coisa que eles têm que fazer é defender sua inocência. Eles nem foram julgados e já estão pedindo anistia. Ou seja, estão dizendo que são culpados", observou.
Lula destacou que o devido processo legal deve ser respeitado e que, se as acusações forem confirmadas, não haverá outra alternativa senão a prisão dos envolvidos. "Se for provado, ele só tem uma saída: ser preso. Ele e quem participou dessa quadrilha, que não estava tentando governar, mas sim tomar conta do país como se fosse propriedade privada", afirmou.
Além disso, o presidente ironizou a postura de Bolsonaro, sugerindo que o ex-mandatário deveria focar em provar sua inocência em vez de buscar anistia antecipada. "Ele deveria estar falando: 'eu vou provar minha inocência'. Mas como ele é mentiroso, mentiroso contumaz, porque mentia 11 vezes por dia quando era presidente, esse cidadão deveria estar dizendo: 'eu sou inocente, vou provar minha inocência'. Mas ele está pedindo anistia. Ou seja, ele está dizendo: 'gente, eu sou culpado'", ironizou Lula.
O presidente reforçou que a lei deve ser aplicada igualmente a todos os cidadãos, independentemente de sua posição ou influência política. "Não, você vai conhecer que, neste país, a lei verdadeiramente é para todos, e se você cometeu o crime de que está sendo acusado, você será preso. É isso que ele tem que ouvir", concluiu Lula.
Fonte: Brasil 247