Brasil

PRISÃO NA CPMI DO INSS

Economista é preso por falso testemunho na CPMI que apura esquema de fraudes no INSS

Parlamentares sustentam que Rubens Costa era peça-chave no esquema do "Careca do INSS"; prisão ocorreu após depoimento considerado mentiroso

Da Redação

Terça - 23/09/2025 às 00:55



Foto: Agência Senado Rubens Costa foi preso por falso testemunho na CPMI do INSS
Rubens Costa foi preso por falso testemunho na CPMI do INSS

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS decretou sua primeira prisão na nesta segunda-feira (22). O economista Rubens Oliveira Costa, identificado como parceiro de Antônio Carlos Camilo Antunes, o "Careca do INSS", foi preso em flagrante pelo crime de falso testemunho. A decisão foi tomada pelo presidente da comissão, senador Carlos Viana (Podemos-MG), após mais de sete horas de depoimento, e executada pela Polícia Legislativa.

A prisão coroa investigações anteriores da Polícia Federal, que já havia cumprido mandado de busca e apreensão contra o economista e bloqueado uma poupança de aproximadamente R$ 300 mil em seu nome. A atuação da PF foi citada durante a sessão como base fundamental para os questionamentos dos parlamentares, que enxergaram contradições no depoimento de Costa em relação às evidências já coletadas.

O relator da CPMI, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), foi o primeiro a pedir a prisão, classificando-a como necessária para "evitar a fuga e a prática de novos crimes". Gaspar apresentou dados que vinculam Costa a diversas empresas controladas por Camilo Antunes, apontadas como centrais nas fraudes contra aposentados e pensionistas. "Esta CPMI não vai ser o local para a impunidade. Derrubando uma laranja podre, a gente termina alcançando o bicho que está apodrecendo as laranjas", declarou o relator.

Impedido de responder, depoente gera desconfiança

Munido de um habeas corpus concedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF), Rubens Costa evitou responder à maioria das perguntas dos cerca de 30 parlamentares que o interrogaram. No entanto, as poucas respostas e a postura geral foram consideradas "inverossímeis" por senadores como Izalci Lucas (PL-DF) e Rogério Marinho (PL-RN).

Em um dos momentos mais significativos, ao ser questionado pelo deputado Zé Trovão (PL-SC), Costa admitiu ter entregue R$ 949 mil em espécie a Camilo Antunes, mas negou conhecimento sobre parlamentares beneficiados pelo esquema.

Ampliação das investigações

O vice-presidente da CPMI, deputado Duarte Jr. (PSB-MA), e o senador Sergio Moro (União-AL) apoiaram veementemente a prisão. Moro avaliou que as atividades de Costa em "empresas de fachada" configuram lavagem de dinheiro e estelionato em série contra aposentados. "Há um risco não só à ordem pública, mas à investigação", afirmou.

Os trabalhos da comissão também começam a se expandir para o entorno de outros políticos. Foram apresentados requerimentos para convocar ex-assessores do senador Weverton (PDT-MA) e do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), supostamente ligados a investigados no mesmo esquema.

A prisão de Rubens Costa marca um novo patamar na CPMI do INSS, sinalizando que a comissão pretende adotar medidas rigorosas contra quem for considerado omisso ou mentiroso em seus depoimentos.

Fonte: Agência Senado

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