
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS decretou sua primeira prisão na nesta segunda-feira (22). O economista Rubens Oliveira Costa, identificado como parceiro de Antônio Carlos Camilo Antunes, o "Careca do INSS", foi preso em flagrante pelo crime de falso testemunho. A decisão foi tomada pelo presidente da comissão, senador Carlos Viana (Podemos-MG), após mais de sete horas de depoimento, e executada pela Polícia Legislativa.
A prisão coroa investigações anteriores da Polícia Federal, que já havia cumprido mandado de busca e apreensão contra o economista e bloqueado uma poupança de aproximadamente R$ 300 mil em seu nome. A atuação da PF foi citada durante a sessão como base fundamental para os questionamentos dos parlamentares, que enxergaram contradições no depoimento de Costa em relação às evidências já coletadas.
O relator da CPMI, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), foi o primeiro a pedir a prisão, classificando-a como necessária para "evitar a fuga e a prática de novos crimes". Gaspar apresentou dados que vinculam Costa a diversas empresas controladas por Camilo Antunes, apontadas como centrais nas fraudes contra aposentados e pensionistas. "Esta CPMI não vai ser o local para a impunidade. Derrubando uma laranja podre, a gente termina alcançando o bicho que está apodrecendo as laranjas", declarou o relator.
Impedido de responder, depoente gera desconfiança
Munido de um habeas corpus concedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF), Rubens Costa evitou responder à maioria das perguntas dos cerca de 30 parlamentares que o interrogaram. No entanto, as poucas respostas e a postura geral foram consideradas "inverossímeis" por senadores como Izalci Lucas (PL-DF) e Rogério Marinho (PL-RN).
Em um dos momentos mais significativos, ao ser questionado pelo deputado Zé Trovão (PL-SC), Costa admitiu ter entregue R$ 949 mil em espécie a Camilo Antunes, mas negou conhecimento sobre parlamentares beneficiados pelo esquema.
Ampliação das investigações
O vice-presidente da CPMI, deputado Duarte Jr. (PSB-MA), e o senador Sergio Moro (União-AL) apoiaram veementemente a prisão. Moro avaliou que as atividades de Costa em "empresas de fachada" configuram lavagem de dinheiro e estelionato em série contra aposentados. "Há um risco não só à ordem pública, mas à investigação", afirmou.
Os trabalhos da comissão também começam a se expandir para o entorno de outros políticos. Foram apresentados requerimentos para convocar ex-assessores do senador Weverton (PDT-MA) e do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), supostamente ligados a investigados no mesmo esquema.
A prisão de Rubens Costa marca um novo patamar na CPMI do INSS, sinalizando que a comissão pretende adotar medidas rigorosas contra quem for considerado omisso ou mentiroso em seus depoimentos.
Fonte: Agência Senado
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