A deputada federal Erika Hilton (PSOL) usou seu perfil no X (antigo Twitter) para fazer um relato detalhado sobre o processo golpista que envolveu figuras ligadas ao ex-presidente Bolsonaro. Ela compartilhou uma linha do tempo sobre como as tentativas de golpe se desenvolveram, começando nas eleições de 2022, quando a vitória de Lula parecia iminente.
Para Bolsonaro, isso representava o risco de enfrentar consequências por seus crimes, e, ao invés de aceitar sua derrota, ele decidiu intensificar os ataques à democracia. Mesmo com a vitória apertada de Lula no segundo turno, Bolsonaro e seus apoiadores não aceitaram o resultado, iniciando um movimento golpista. Veja:
A linha do tempo começou em 1º de novembro de 2022, com o surgimento de acampamentos em frente aos quartéis e bloqueios em estradas, acompanhados de manifestações que pediam uma intervenção militar. Embora parecessem ações absurdas à primeira vista, logo se revelou que essas atitudes eram parte de um plano orquestrado por Bolsonaro, seus aliados e militares para desestabilizar a transição de poder e justificar uma tentativa de golpe.
Em 9 de novembro, o general Mário Fernandes, assessor do ex-ministro da Saúde, Pazuello, imprimiu no Palácio do Planalto o chamado "Plano Punhal Verde e Amarelo", que envolvia o assassinato de Lula, Alckmin e Alexandre de Moraes. Em 12 de novembro, o plano foi apresentado ao general Braga Netto, ex-ministro da Defesa, na sua residência. Durante o mês de novembro, outras ações golpistas foram planejadas, incluindo uma operação para matar Alexandre de Moraes, que, felizmente, falhou.
Em 7 de dezembro, Bolsonaro entregou aos comandantes militares e ao ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, uma "minuta golpista" com base legal para um golpe. Em 8 de dezembro, o general Mário Fernandes informou ao tenente-coronel Mauro Cid que Bolsonaro havia dado aval para o golpe até o dia 31 de dezembro. Nesse período, manifestações em apoio ao golpe se intensificaram, com atos de violência como o quebra-quebra de 12 de dezembro, no dia da diplomação de Lula.
Nos dias seguintes, tentativas de localizar e assassinar figuras-chave, como Alexandre de Moraes, continuaram, com alguns episódios de fracasso, como a tentativa de explosão do caminhão-tanque perto do Aeroporto de Brasília, em 24 de dezembro. No dia 30, Bolsonaro, já em Flórida, deixou o Brasil, levando joias roubadas, enquanto os planos golpistas fracassavam por completo. No dia 31, Moraes estava vivo e o golpe falhou, mas a tentativa de desestabilização continuava.
Finalmente, em 8 de janeiro de 2023, o ataque ao Congresso Nacional ocorreu, conhecido como 8 de Janeiro, mas, mesmo sob pressão para assinar um decreto que concederia mais poder aos militares, o presidente Lula decretou apenas uma intervenção na segurança pública de Brasília, prevenindo uma escalada ainda maior.
Após todos esses eventos, Bolsonaro e outros 36 envolvidos, incluindo altos militares, foram indiciados pela Polícia Federal, e devem ser punidos. A deputada destaca que, durante esses dois meses de tentativas golpistas, a democracia brasileira esteve em sério risco, mas que as instituições e o exercício dos poderes constitucionais ajudaram a preservá-la.
Hilton finaliza afirmando que a luta não é apenas contra uma possível anistia aos envolvidos, mas pela punição rigorosa de todos os responsáveis, para que nunca mais possam se aproximar da vida política do Brasil.