A maioria (178.779), no entanto, afirmou utilizar as redes públicas de eletricidade. Além disso, 99% das unidades "no escuro" são rurais. São, de acordo com o ministério, 429.805 alunos prejudicados.
O Estado que lidera o ranking de escolas que afirmaram não ter energia elétrica é o Pará, com 3.814, seguido por Bahia (2.490), Maranhão (1.962) e Amazonas (1.358). Se o recorte for feito por regiões, Norte e Nordeste estão no topo. A única unidade da federação sem nenhum registro é o Distrito Federal.
Como o censo é feito com base em autodeclarações, não se podem descartar eventuais erros no preenchimento. Segundo o ministério, o número hoje é ligeiramente menor (13.108), provavelmente por conta de correções nas planilhas. O número, no entanto, não leva em conta casos de roubos de fios de energia elétrica, que vêm se tornando comuns em escolas.
"Apartheid na educação"
Para Mozart Ramos, do movimento “Todos Pela Educação”, esse tipo de problema pode ter efeitos no futuro. “A falta de energia impede que você tenha, por exemplo, laboratórios de informática. Como ter novas tecnologias se você não tem energia? Você gera um apartheid na educação.”
Segundo ele, problemas como falta de luz ou de água filtrada só serão resolvidos quando a educação passar a ser pensada como um sistema único. “O sistema deve ter os planos estaduais, municipais e estadual, um regime de colaboração -para que o MEC repasse recursos- e a responsabilização. Se se recebe e não se aplica, alguém tem que responder por isso”, diz.
Fonte: agencias