
"Flopou" o ato de bolsonaristas pedindo anistia para os presos do 8 de janeiro, em São Paulo. A manifestação que, de acordo com pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), reuniu 13.321 apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na Avenida Paulista neste domingo (06) virou alvo de disputas nas redes sociais. Enquanto os bolsonaristas celebram a quantidade de pessoas presentes no ato, a base do presidente Lula (PT) afirma que houve um esvaziamento.
Do lado da oposição ao governo federal, os políticos investem em algumas estratégias para justificar os 13 mil presentes: o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), por exemplo, usou a justificativa de que a manifestação foi convocada em cima da hora, com três dias de antecedência.
"Em apenas 3 dias de convocação para as ruas este foi o resultado. E certamente há muito mais gente engasgada com vontade de ir para as ruas", escreveu Eduardo Bolsonaro no X (antigo Twitter) junto a um vídeo dos manifestantes.
Outros apoiadores, como o pastor Silas Malafaia, afirmaram que haviam mais de 13 mil manifestantes presentes. "Assista ao povo cantando o hino nacional e tire suas conclusões", disse o líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo.
Há quem tenha ainda preferido não comentar os números. Este é o caso do ex-ministro do Meio Ambiente e deputado federal, Ricardo Salles (PL-SP). Em postagem, Salles chamou a palavra "flopou" de "idiota" e afirmou não saber o que esta terminologia significa. "O fato é que a Paulista voltou a ficar verde e amarela, como deve ser", disse.
Já entre parlamentares da base de governo, imagens e vídeos da Paulista foram divulgados em seus perfis. "Meia dúzia de gado pingado na Paulista", disse Lindbergh Farias (PT-RJ), em referência à expressão popular "meia dúzia de gato pingado", mas trocando gato por gado, em alusão pejorativa aos apoiadores de Bolsonaro.
O petista ainda afirmou que as imagens seriam distorcidas: "Não encheu um quarteirão".
A manifestação organiza neste domingo tinha como principal objetivo protestar contra a morte de Clériston Pereira da Cunha, preso pelos atos antidemocráticos do dia 8 de janeiro que morreu após um mal súbito na Papuda no último dia 20.
Os pesquisadores da USP que chegaram ao número de 13 mil pessoas presentes usaram um método conhecido como Point to Point Network, que identifica as cabeças de pessoas nas imagens repartidas em várias partes, e estima o público total. O método tem erro percentual médio de 12% para mais ou para menos na contagem de público.
Esta metodologia foi aplicada em atos do 7 de setembro do ano passado. Na ocasião, na Avenida Paulista, foi estimada a presença de 32 mil pessoas, o dobro de hoje.
Fonte: UOL/O Globo