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84% dos brasileiros nunca checaram como empresas usam seus dados pessoais, diz pesquisa

Média internacional é de 78%; levantamento foi feito com 24 mil pessoas em 11 países

Quarta - 03/02/2021 às 09:04



Foto: Foto: Gustau Nacarino - 2.mar.2015/Reuters 84% dos brasileiros nunca entrou em contato com alguma companhia para checar como seus dados estavam sendo usados ou armazenados
84% dos brasileiros nunca entrou em contato com alguma companhia para checar como seus dados estavam sendo usados ou armazenados

Mais de 84% dos brasileiros nunca entraram em contato com alguma empresa para checar como a companhia usa seus dados pessoais ou se utiliza essas informações de maneira responsável, aponta pesquisa feita pela OpenText. A média internacional é de 78%. A pesquisa foi feita pela internet e ouviu 24 mil pessoas em 11 países. Foram 12 mil entrevistados em abril e maio de 2020 na França, Alemanha, Reino Unido, Espanha, Canadá, Cingapura e Austrália. Outras 12 mil pessoas foram ouvidas de 11 a 25 de novembro no Brasil, Índia, Japão e Itália. No Brasil, foram 2.000 entrevistados.

A garantia legal de acesso e transparência sobre o uso dos dados aos cidadãos foi trazida pela LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados), implementada em setembro de 2020. Com ela, o cidadão poderá exigir das empresas públicas e privadas informações claras sobre quais dados ela coletou, como os armazena e para quais finalidades os usa, além de poder pedir cópia desses dados e solicitar que sejam eliminados ou transferidos.

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Cerca de 61% afirmaram adotar tais medidas –acima da média internacional, de 57%. Além disso, 53% dos entrevistados afirmam que sabem, mais ou menos, quantas empresas usam, armazenam ou têm acesso aos seus dados pessoais, frente os 44% da média internacional.

Segundo Regente Junior, a expectativa é que cada vez mais a LGPD seja considerada uma bandeira corporativa importante.

“Assim como sustentabilidade e diversidade, os temas voltados para a LGPD e privacidade de dados precisam ser evoluídos e exigidos como carros-chefes entre as corporações, principalmente porque a responsabilidade com essas informações é muito grande e pode ter grandes efeitos na vida das pessoas quando não levadas a sério”, afirmou.



Ainda segundo a pesquisa da OpenText, 70% dos brasileiros não têm conhecimento nenhum ou têm apenas uma vaga ideia sobre o que essa lei trata. Segundo o vice-presidente para a América Latina da companhia, Roberto Regente Junior, os números refletem a implantação ainda incipiente da LGPD. “Outro dado importante da amostragem aponta que 38% dos entrevistados acredita que a adesão à LGPD vai acontecer, mas não agora. Toda essa percepção vem pela LGPD ser algo ainda muito novo. Muitas das pessoas e empresas ainda não têm noção de quais sanções serão aplicadas e como essa lei se desenrola”, disse.

Ainda segundo o levantamento, apenas 14,8% dos brasileiros afirmam confiar em empresas para manter seus dados pessoais seguros ou privados. Outros 49,2% dizem confiar mais em algumas companhias do que em outras. Para Regente Junior, a preocupação em relação a como as empresas usam e armazenam dados tende a se intensificar ao longo deste ano, não apenas no Brasil, mas no mundo. “A pandemia trouxe um novo significado do que significa trabalhar digitalmente. A vida, que já era digital do ponto de vista social e de conveniência, agora também passa a ser digital pelo lado profissional. Vários dados estão na mesma conexão ou, às vezes, até mesmo na mesma máquina”, afirmou o executivo.

Ainda segundo a pesquisa, a maioria dos brasileiros afirma que mantém seus dados seguros e com privacidade em aplicativos, contas de e-mails e redes sociais, adotando, por exemplo, configurações de privacidade e desligando funções de georreferenciamento. Cerca de 61% afirmaram adotar tais medidas –acima da média internacional, de 57%. Além disso, 53% dos entrevistados afirmam que sabem, mais ou menos, quantas empresas usam, armazenam ou têm acesso aos seus dados pessoais, frente os 44% da média internacional.

Segundo Regente Junior, a expectativa é que cada vez mais a LGPD seja considerada uma bandeira corporativa importante. “Assim como sustentabilidade e diversidade, os temas voltados para a LGPD e privacidade de dados precisam ser evoluídos e exigidos como carros-chefes entre as corporações, principalmente porque a responsabilidade com essas informações é muito grande e pode ter grandes efeitos na vida das pessoas quando não levadas a sério”, afirmou.

Fonte: Folha de São Paulo

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