Viver Pleno

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VIVER PLENO

O “novo culto” na perspectiva do Deus-Amor

O culto, então, não é algo que se pratica apenas em momentos específicos, mas é uma entrega contínua e total aos outros

Por Nazareno Fonteles

Terça - 30/07/2024 às 18:49



Foto: Divulgação Deus-amor e culto
Deus-amor e culto

A ideia de Deus como Amor, que Jesus nos trouxe, traz uma profunda transformação na forma de praticar o culto: o culto a Deus não deve ser restrito a um setor da existência, mas deve permear toda a vida de quem almeja seguir Jesus.

Tradicionalmente, o culto a Deus era visto como uma prática confinada a rituais específicos, realizados em tempos e lugares sagrados. No Novo Testamento, em especial no Evangelho segundo João, o culto a Deus transcende os ritos e se manifesta no próprio viver. Isso significa que cada ação, cada decisão e cada interação do cristão deve ser uma expressão do Espírito de Amor, como testemunhado por Jesus.

O culto, então, não é algo que se pratica apenas em momentos específicos, mas é uma entrega contínua e total aos outros. Cada circunstância da vida se torna uma oportunidade para demonstrar amor, e é essa resposta de amor que constitui o verdadeiro culto a Deus.

Essa perspectiva implica o desaparecimento do tempo e do lugar sagrados, conforme mencionado em João 4, 21-24. Jesus, ao conversar com a mulher samaritana, afirma que a verdadeira adoração ao Pai não está vinculada a um local específico, mas é realizada "em espírito e em verdade". Isso significa que o culto a Deus é uma experiência interior e contínua, que não depende de rituais externos, mas da autenticidade do amor vivido no dia a dia.

Portanto, a ideia de Deus-Amor redefine o culto como uma prática integral e constante. O cristão é chamado a viver de maneira que cada ato seja uma expressão de amor e adoração a Deus. Esse viver amoroso e dedicado aos outros é o verdadeiro culto, que não se limita a momentos ou lugares específicos, mas se estende por toda a existência. Assim, o culto a Deus se torna uma prática de vida, onde cada gesto de amor é uma oferta sagrada.

Essa transformação no conceito de culto também traz implicações profundas para a vida comunitária e social dos cristãos. Ao entender que o culto a Deus é uma prática contínua e integral, os cristãos são chamados a conviver fraternalmente com os outros, reconhecendo a presença do Amor pleno de Deus em cada encontro e em cada situação. Isso significa que a adoração a Deus não pode ser dissociada do compromisso com a justiça, a fraternidade e a paz.

O exercício de doar-se aos outros, como a nova expressão do culto, exige uma postura de serviço e humildade no cotidiano, tão bem representada na cena do Lava-Pés (Jo 13).  O cristão é convidado a ver no próximo, sobretudo no mais necessitado, um irmão e a responder com amor/compaixão. Esse amor não é apenas um sentimento, mas uma ação concreta que busca um viver mais pleno para os outros, em comunidades fraternas. Assim, o culto a Deus se manifesta em gestos de solidariedade, em ações de amor gratuito e em esforços para construir uma sociedade mais justa e fraterna.

Além disso, essa visão de culto desafia os cristãos a repensarem suas prioridades e valores. Se o culto a Deus é vivido no dia a dia, cada escolha e cada atitude devem refletir esse compromisso com o amor-serviço. Isso implica a busca permanente por uma vida de coerência, onde a fé se traduz em ações concretas e onde o amor a Deus se manifesta no amor ao próximo. A vida do cristão, assim, vai se tornando um testemunho autêntico da presença de Deus-Amor no mundo.

SOBRE O AUTOR

SOBRE O AUTOR

José Nazareno Cardeal Fonteles é graduado em Medicina e Matemática. Fez residência médica em Ortopedia e Traumatologia e mestrado em Matemática. Atuou como ortopedista no HGV, na Casamater e nas clínicas Cot e Copil. É professor aposentado da UFPI. Exerceu mandatos de vereador, deputado estadual e de deputado federal. Fundou e presidiu por sete anos a Frente Parlamentar da Segurança Alimentar e Nutrcional do Congresso Nacional. Foi secretário de saúde do Piauí. Participa da direção do grupo educacional CEV. É casado com Nereida, pai de Deborah, Danielle e Rafael e avô de sete netos. Tem fé em Jesus de Nazaré, o Mestre do Amor Gratuito. Instagram do autor
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