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Ditadura continuada contra Lula


Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva

Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva Foto: Divulgação/Brasil 247

Quando a trama golpista manda grampear fora da lei o gabinete presidencial de Dilma Rousseff para entregar à Globo, depondo depois a própria Presidenta, alguns então supunham que se tratava de um caso de combate à corrupção. 

Tão feroz e cheia de manhas a tempestade golpista se impõe, que até gente que tem o dever de não ser engabelada nessas questões, engrossa o caldo do golpe e ajuda na ruptura em curso. Passado pouco tempo, agora muita coisa vindo à tona sobre os diversos lances da ação que atenta contra as liberdades e quer o reimplante pleno da Ditadura.

É contra Luís Inácio Lula da Silva toda a ação golpista. Ação que fere, querendo destruir sua pessoa, e eliminar a alternativa liderada por ele no campo da Esquerda e dos democratas radicais. Neste instante ele conjuga essa alternativa de retomar iniciativas no caminho de mudanças substanciais no Brasil e no mundo. 

O golpe reúne toda a escumalha do Brasil retrógrado, unida e organizando sua ação política guiada pela ideia e pela prática neoliberal, que não quer se libertar, por exemplo, da escravidão, também inimiga das liberdades civis, o que o liberalismo civilizador propôs nas regiões que o desenvolveram em suas formações sociais-políticas.

O golpe contra Lula e a Esquerda produz uma monstruosidade: libera da sua camada recôndita nos porões sujos do corpo social, onde vermejam, alçando-se ao sol das ruas e cadeiras de palácios. São monstros impiedosos, agentes da prática da tortura como método de ação política, seres nutridos pelo ódio, sectários, verdadeiros rejeitos da alternativa do viver solidário, da paz como projeto. Acrescente-se que, inclusive, monstros heréticos que falam no Cristo, pastoreando com afagos sanguinários impiedosos ditadores, discípulos do ódio, da violência e da morte. O golpe tem o matar entre as suas compulsões.

Armar gente rica, régulos milicianos da ditadura, grileiros de toda cepa, é conclamar à guerra civil que resulte na eliminação dos já excluídos da riqueza social que elaboram. Candidatos a excluídos da história.  

Mas o processo dessa dita história se dá em tempo novo e circunstâncias, idem. Não há leis prévias e imutáveis em se tratando da vida social, ainda que todos viventes no colo da Eva, natureza-mãe. Natureza, sim, tem leis, entre elas o movimento dialético do nascer-morrer dos seres e coisas. Observação que fazemos para lembrar que essa invectiva do regime morobolsorista querer matar, poderá ser detida pela tomada de posição contrária de milhões de brasileiros e pelo repúdio de certa consciência humanitária disponível no mundo. Fatos vêm à tona, os próprios golpistas já até publicam livros reafirmando a ação. 

O aprisionamento criminoso de Lula da Silva é apenas o sinal mais vistoso do regime militar-togado que o golpe levantou dentro do projeto de perpetuar a submissão do país ao imperialismo do capital financeiro, entregando o que sobrou das pilhagens dos 520 anos anteriores. A soberania brasileira sobre o BC foi repassada ao “soberano” mercado.

Tocar fogo na Amazônia e arrancar-lhe das entranhas o que há que enriqueça, extraível e pilhável; eliminar o que restou da humanidade ancestral; “limpar” a face do Brasil do que não seja a cor da eurodominação; manter o geral da população brasileira submetida às trevas, estropiada em novas vassalagens – eis a essência do golpe e do regime imposto sobre o país pela entreguista coligação togo-coturneira. 

A ala coturna agora reivindica a paternidade do golpe que impediu Inácio de ser candidato em 2018 e sua provável volta à Presidência da República. Vangloriam-se de  submeter os juízes supremos, sem estatura para cumprir o seu papel de  impedir a consumação do crime da ruptura constitucional, preferindo a cumplicidade com o golpismo.       

Semana passada foi preso um bufão do golpismo que mexeu com os brios dos juízes maiores. Bufão pequeno. E os chefes do golpe que agora debocham dos próprios juízes?   

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Fonseca Neto

Fonseca Neto

FONSECA NETO, professor, articulista, advogado. Maranhense por natural e piauiense por querer de legítima lei. Formação acadêmica em História, Direito e Ciências Sociais. Doutorado em Políticas Públicas. Da Academia Piauiense de Letras, na Cadeira 1. Das Academias de Passagem Franca e Pastos Bons. Do Instituto Histórico e Geográfico do Piauí.
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