Proa & Prosa

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Direita golpista na cadeia

Ainda bagrinhos. Mas não é pouca coisa.

Fonseca Neto

Quinta - 31/08/2023 às 19:49



Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil Atos golpistas em Brasília no dia 8 de janeiro
Atos golpistas em Brasília no dia 8 de janeiro

O Supremo Tribunal Federal tem trabalhado muito, às voltas com a direita e o intento de Golpe de Estado de 8 de janeiro, que levou aos atos de 8 de janeiro.

Centenas de agentes golpistas estão no cárcere preventivo, respondem Inquérito.  Outros já denunciados por seus crimes assumidos, de tentar derrubar a forma de, e o próprio governo por um Golpe.

Golpe? As evidências vão reafirmando que a operação golpista é projeto criminoso levado a efeito pela direita, sob o comando do Inominável.  Não faltou muito para a ruptura se confirmar e assim confirmar a derrubada do que restou das instituições políticas do governo e da sociedade, após o crime de 2016.

Aspecto relevante nesta conjuntura é a manutenção do resultado eleitoral recente. Mas que ninguém se engane: esse “respeito” ao resultado de outubro passado se impõe porque a direita partidária e anexos foi amplamente votada para o Congresso, não tendo a presidência eleita a devida base parlamentar. Esta tem que comprada, à própria direita e à base de cargos e outras barganhas. Ilegítimas? Não obrigatoriamente. A direita perdeu a presidencial e tem ampla maioria parlamentar federal, nos estados-membros e municípios.

Esses resultados eleitorais, e a dinâmica congressual e federativa de maiorias e minorias não seriam problemáticas, tivesse a maioria parlamentar de direita compromisso histórico com a democracia. E não tem. É fisiologista e golpista. Diga-se até mais: há frações consideráveis da esquerda nativa que hesitam na afirmação desse  compromisso. E organismos da institucionalidade estatal que não somente não o aceitam como basilar da vida social-política, mas o sabotam sistematicamente – caso das castas e sub castas militares, corpos policiais em geral, corporações civis a exemplo da Fiesp etc.

Acentue-se que o atual Congresso – 2/3 do senado é de 2018 – foi escolhido a soldo e nos moldes do historicamente criminoso “orçamento secreto”, agora somado ao financiamento estatal de candidaturas. Todo esse dinheiro misturado ao “financiamento” “tradicional” de qualquer eleição no Brasil: o poder real do mundo privado que tem o real poder de amealhar apoio eleitoral por trocas impublicáveis. Voto digitado na urna eletrônica segura e eleitorado nadando num lodaçal infecto.   

Tem outros sabotadores – por incrível que pareça –, fortalecidos com a reconstitucionalização de 88, pela qual alcançam um nível de empoderamento com ralo compromisso democrático, a exemplo do Ministério Público, contaminados por super e incontrolados poderes. O Judiciário? Engendra-se e se move corporativamente nos limites do conservadorismo político reacionário, máquina decisiva para frear intenções de mudança social mais profunda na perspectiva popular. O próprio Congresso não tem responsabilidade objetiva com a governabilidade.

Falar em democracia, nesta conjuntura, temos também que referir e acentuar o papel dos supremos juízes no refreamento da tentativa de golpe de Estado, pela direita, na sequência do golpe dos cafajestes debochados – sancionado pela própria corte –, que depôs Dilma Rousseff em 2016. Mas agora a impressão que uma parcela da sociedade tem é de que o STF está salvando a democracia brasileira.

É assombroso, sim, o avanço da direita e seu pendor e ação em prol do aniquilamento da sociedade de direitos. No limite, o nazifascismo em recidiva. A formação social derivativa da imposição colonizadora, que brota nesta margem equatorial e chamada de Brasil, tem permanências coloniais que nutrem emergências violentas tais a que estamos a assistir atualmente sob a vertigem do golpismo, freado pela Corte dos 11, como centenas de pessoas flagradas tentando tomar o poder pela violência direta.

Dentro e fora do Brasil vivemos uma conjuntura tensionada com a direita tentando mirar a democracia dos liberais. Na parte continental norte, a cabeça do sistema do K está apinhada de piaras ensandecidas ante a iminência da desdolarização. Os submetidos daqui estão tontos. Ou bolsotontos.

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Fonseca Neto

Fonseca Neto

FONSECA NETO, professor, articulista, advogado. Maranhense por natural e piauiense por querer de legítima lei. Formação acadêmica em História, Direito e Ciências Sociais. Doutorado em Políticas Públicas. Da Academia Piauiense de Letras, na Cadeira 1. Das Academias de Passagem Franca e Pastos Bons. Do Instituto Histórico e Geográfico do Piauí.

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