Todo começo de ano a gente olha para adiante, para os 365 dias que temos pela frente, e temos diante de nós uma série de desafios, de barreiras a serem transpostas. Em nós cabe mais a incerteza, que pode nos dar receios, mas é também um bom combustível para seguir em frente, construir soluções, fazer do que é improvável o possível e realizável.
A pergunta de sempre, que vale muito porque muitos a fazem, é: como será o futuro? Não há uma resposta pronta e há um sem-número de possibilidades sobre o desenho que nos espera amanhã. Porém, como já disseram tantos sábios, a forma mais adequada de se prever o futuro é fazê-lo agora. Isso requer de nós uma ação decidida e continuada nos campos pessoal, familiar, social, econômico, cultural, político. Moldar o futuro melhor significa buscar essa condição favorável desde sempre.
O mundo de agora, com tantas transformações, prediz um futuro em que prevalecerá o conhecimento e a tecnologia, mas que também será tempo de dificuldades criadas pelas nossas escolhas pretéritas e atuais. A rapidez com que se desenrolam problemas climáticos de escala global, por exemplo, são um indicador desse futuro desafiador resultante de nossas ações de antes e de agora.
Então, o futuro que sempre é um desafio, configura-se doravante em tempo a exigir ainda mais energias para a superação das dificuldades e realização de nossas ações. Isso, porém, não pode nem deve ser razão para que olhemos o que está por vir somente pela estreita fresta do pessimismo: é nosso dever trabalhar por uma visão mais ampla e de otimismo.
É possível, sim, avançar para um tempo adiante em que todos tenhamos mais condições de superar os desafios. Temos cada vez mais conhecimento para superar as adversidades climáticas, sabemos todos o que pode e deve ser feito; tem-se uma tecnologia capaz de aumentar a economia sem perder de vista a preservação, conservação e até restauração de sistemas ambientais; há condições para se construir mais pontes, estabelecer e restabelecer diálogos; a babel bíblica que separou os homens agora pode ser ponto de fusão de bons interesses.
O futuro previsto com base nas experiências atuais e vividas é desafiador, como desafiador é tudo aquilo que desconhecemos ou sobre o que não temos controle. Assim, a nós cabe a compreensão de que, sim, com otimismo podemos seguir melhor nas trilhas desconhecidas do porvir – que consiste em página em branco a ser escrita, em vazio a ser feito cheio do que se melhor a gente possa produzir.