Olhe Direito!

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Férias o ano inteiro

Talvez até se expliquem as férias em julho por adotarmos o calendário gregoriano, basicamente um calendário cristão e europeu

Alvaro Mota

Quinta - 21/07/2022 às 17:54



Foto: Divulgação Férias
Férias

Julho desde sempre para a maioria das pessoas se convencionou como um mês de férias.  A gente nem se dá conta das razões por trás disso, mas seguimos um padrão, por óbvio. Nunca fui de me preocupar, quando criança e adolescente por que seriam as férias em julho e não em janeiro ou maio? O que importava era que eu iria para a praia, junto com minha família.

Talvez até se expliquem as férias em julho por adotarmos o calendário gregoriano, basicamente um calendário cristão e europeu, que marca julho como o segundo mês do Hemisfério Norte, mais quente e, portanto, mais adequado às atividades ao ar-livre. Mas nós vivemos no Piauí onde, à exceção dos meses com chuva, se pode fazer atividades ao ar-livre durante quase todo o ano.

Mas quem se importa, não é mesmo?  Julho é mês de férias e as pessoas querem mais é aproveita. Nada de ficar atrás de razões para um mês de férias no começo da segunda metade do ano.  A praia em Parnaíba e Luís Correia espera pelas pessoas e lá se vão elas para aproveitar todo aquele êxtase da paisagem.

Ocorreu, no entanto, que férias em julho está passando de convenção no calendário para opção ou falta de opção.  Digo isso por experiência pessoal. Quando criança era esse o mês inteiro em que tinha de folga na escola e todo planejamento de meus pais era para dispor de tempo em julho para viajar. Atualmente, com as variáveis de trabalho e de aprendizagem, nem sempre julho é uma opção de férias.

Em julho no meu passado de criança – coisa de quatro décadas e meia atrás – viagens de veraneio eram feitas sem que isso representasse um produto ou serviço econômico. Passeio na praia no Piauí não era o que hoje se chama produto turístico – a atividade econômica atualmente responsável por um bom pedaço da riqueza e da renda em cidades litorâneas ou com atrações naturais para viajantes.

Então, o que hoje percebo é que, além de julho não ser mais uma opção “natural” de férias para todas as pessoas, fica mais caro ir para lugares onde uma viagem é parte do que se chama produto turístico. Se for na chamada alta temporada, é mais caro ainda. Assim, imagino que férias podem ser tiradas durante todo o ano, ainda que mais curtas (e é bom que assim seja), porque a beleza de praias, de serras, de florestas está lá, à espera das pessoas. E parece bom que os tempos de visitas sejam aqueles com menos gente e preços mais em conta.

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Álvaro Mota

Álvaro Mota

É advogado, procurador do Estado e mestre em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco - UFPE. Álvaro também é presidente do Instituto dos Advogados Piauienses.

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