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Envelhecimento com qualidade

Com a melhoria das condições de vida, acesso a serviços de saúde e mais saneamento, nas próximas décadas haverá a cada decênio, sem dúvida, até a duplicação do número de brasileiros idosos.

Alvaro o Mota

Quinta - 04/04/2024 às 22:41



Foto: @Reuters Idoso
Idoso

Os brasileiros estão envelhecendo em velocidade mais rápida do que dão conta as políticas públicas e corporativas para lidar com as demandas decorrentes desse contínuo processo de aumento médio da idade.

O resultado pode ser que, mesmo que as pessoas ajam para garantir uma condição de vida melhor quanto mais velhas estiverem, no conjunto da sociedade podemos ter menos oferta de serviços para garantir qualidade de vida às pessoas idosas.

Em 2002, segundo o Censo Demográfico do IBGE, os brasileiros com 65 anos ou mais eram 22,1 milhões de pessoas – 10,9% do total de brasileiros. Isso significou um aumento superior a 57% no número de pessoas idosas na comparação com 2010, quando foi feito o último Censo.

Com a melhoria das condições de vida, acesso a serviços de saúde e mais saneamento, nas próximas décadas haverá a cada decênio, sem dúvida, até a duplicação do número de brasileiros idosos. Isso obviamente que requer que governos e empresas cuidem melhor dessas pessoas e tenham para elas serviços e produtos.  Uma demanda crescente por serviços, produtos e direitos se desenha em horizonte de médio prazo.

Cuidem-se, pois, as empresas, por exemplo, de perceber que no âmbito dessas demandas é necessário qualificar melhor pessoal para uma abordagem adequada de consumidores de bens e serviços em faixas etárias mais avançadas. Um choque de gerações ou a prática de etarismo quando pouco podem afastar clientes e quando muito gerar demandas judiciais. Ou as duas coisas, o que é o pior dos mundos.

No âmbito da administração pública, muito mais do que encarar a velhice das pessoas como “melhor idade”, necessário de faz que haja um olhar permanente sobre programas, projetos e ações que de fato assegurem qualidade de vida – e nesse ponto foquem em cuidados sanitários preventivos que podem reduzir substancialmente os custos públicos com saúde dos mais idosos.

Se no âmbito das empresas e dos governos podem ser adotadas políticas e práticas que absorvam as demandas geradas pelo envelhecimento populacional, do lado, sob o ponto de vista pessoal há também que se agir desde logo – seja por adoção de hábitos saudáveis que assegurem qualidade de vida com o passar dos tempos, seja em processo amplo de conscientização da necessidade de se cobrar de empresas e governos posturas mais proativas em favor dos estratos etários mais avançados.

Álvaro Mota

Álvaro Mota

É advogado, procurador do Estado e mestre em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco - UFPE. Álvaro também é presidente do Instituto dos Advogados Piauienses.
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