A globalização na gastronomia é um fato. É a consequência tanto das modificações da forma de produzir alimentos quanto da forma de conservar e de distribuir esses alimentos.
A alimentação é uma das atividades humanas vitais e sua importância não se reduz ao aspecto nutricional, mas também por englobar aspectos econômicos, sociais, científicos, políticos, psicológicos e culturais.
Quando falamos de aspecto cultural é porque cada grupo possui hábitos e costumes diferentes. Pois bem, estas diferenças estão de certa forma se diluindo pela facilidade de comunicação, pelos meios de transportes, pelas trocas culturais que hoje são bem mais frequentes e comuns.
Em visita a alguns países da Europa recentemente pude perceber que já não existe tanto “sofrimento” para nos adaptarmos aos alimentos típicos de cada país. Em todos os lugares encontramos alimentos semelhantes ao que comemos aqui no Brasil.
Em Montenegro, um dos países que pertencia à antiga Yugoslavia e que se limita com a Croácia e a Bósnia, tivemos a grata surpresa de comer umas maravilhosas bolinhas de arroz negro, servidas com camarões grelhados, sobre purê de abobrinhas. Ora, o arroz negro é de origem chinesa mas já é produzido no Brasil desde 2010. A abobrinha, embora seja de origem das américas e os italianos se sentirem responsáveis pela difusão do seu consumo, é um legume comum do qual temos também algumas variedades. Camarões, temos com fartura no nosso litoral. Conclusão, comemos em Montenegro ingredientes muito semelhantes aos ingredientes que comemos no Brasil.
Além do Bolinho de Arroz Negro, foram servidos outros pratos como Polvo e peixe da região. Sobremesas divinas como Torta de maçã, cremosa e deliciosa, Mousse de chocolate, Folhado com Creme e frutas, etc.
Como amante de gastronomia e tiete de carteirinha dos Chefs, assumo o mico. Conversei com o talentoso Chef de origem sérvia, chamado George, responsável pelo cardápio de um restaurante lindo, com a vista para o mar mais espetacular que já vi. O restaurante Gallion fica em Kotor, é flutuante e ficamos literalmente sobre mar.
O Chef George foi muito simpático e gentilmente me ensinou a fazer as tais bolinhas negras.
Divido com vocês, na minha versão das bolinhas, com recheio de queijo brie e acompanhadas de camarões grelhados e purê de abóboras, ao invés de purê de abobrinhas. Uma delícia!
BOLINHAS DE ARROZ NEGRO (porção para 02 pessoas)
Ingredientes
01 xícara (das de chá) de arroz negro
02 e 1/2 xícaras (das de chá) de água
01 cebola ralada
Azeite de boa qualidade para refogar a cebola e para fritar as bolinhas.
Queijo brie para rechear
Sal e pimenta à gosto
Farinha de rosca e ovos para empanar
Modo de preparar
Refogar a cebola no azeite, juntar o arroz negro e refogar mais um pouco.
Juntar a água fervendo.
Deixar cozinhar mais ou menos 40 minutos, verificando o ponto que deve ser Al dente e mexer de vez em quando.
Deixar esfriar, colocar por meia hora na geladeira para ficar firme e mais fácil de fazer as bolinhas.
Moldar as bolinhas na mão, recheando com um cubinho de queijo brie.
Misturar os ovos e temperar com sal e pimenta à gosto.
Passar as bolinhas na farinha de rosca, depois nos ovos e na farinha de rosca novamente.
Fritar em azeite e servir quente.
Só não garanto a vista maravilhosa para o mar, mas o sabor do bolinho é igual.