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Povo precisa se levantar contra o crime e impunidade; Rafael conclama instituições


Flávia Wanzeler

Flávia Wanzeler Foto: Reprodução/Redes sociais

Só um levante da sociedade contra o Estado pode reverter a criminalidade e a insegurança a que estamos submetidos. Vários fatores, principalmente a certeza da impunidade, nos trouxeram até essa calamidade em que nos encontramos.

A omissão do Estado e da própria sociedade fez com que se chegasse até a essa situação, na qual as facções criminosas dão as cartas. Por isso cabe a ela fazer sua parte e também cobrar com firmeza e veemência, de todos os poderes, uma solução definitiva para que haja paz social.

Todos sabem que a impunidade é uma das maiores causas de crimes como o assassinato da estudante de medicina Flávia Cristina Wanzeler Sampaio, de 23 anos, ocorrido domingo (12), na zona Leste de Teresina. E essa impunidade, com certeza, tem grande contribuição de braços e cabeças do Estado. Isso precisa mudar.

Na área criminal, a impunidade inicia com a participação ou, no mínimo, conivência da família a atos criminosos praticados por seus membros em alguma época da vida. Depois passa pela Polícia, com investigações e inquéritos mal feitas. Na sequência vem negligência do Ministério Público, as "brechas da lei", e por fim, a lentidão e ineficácia da Justiça. Não se pode mais aceitar isso.

Francisco Emanuel dos Santos Gomes, o "Biel", acusado de ser o autor dos tiros que matou Flávia tem apenas 21 anos, mas já possui ampla ficha criminal. Ele começou no crime ainda menor e já responde por roubo e homicídio. E continua impune. Isso precisa mudar.

Ele foi preso nesta segunda-feira (13), em Caxias. Mas estava em liberdade, apesar da enorme ficha corrida na Política. Por que? Quem está por trás de ações que beneficiam criminosos perigosos como ele? Por que as facções crescem? Essas perguntas precisam se respostas urgentes.

Ressalte-se que não é totalmente verdadeira essa versão de que a Polícia prende e a Justiça solta. Há muito mais a ser dito sobre essa versão e a onda de crimes a que a sociedade está submetida e a impunidade que alimenta essa criminalidade.

A participação direta ou a omissão ou o "jeitinho" de quem é da linha de frente de combate ao crime são fortes aliados dessa impunidade. Sabe-se que muita gente que deveria combater o crime age fora da lei. E claro que não existe organização criminosa forte sem a colaboração ou participação de agentes do Estado.

E é também por isso que o corporativismo reina entre as categorias encarregadas da luta contra a criminalidade. Basta vê os grandes números de denúncias contra esses agentes públicos nas corregedorias dos mais diversos órgãos de combate ao crime os míseros ou inexistentes casos de punições. Isso precisa mudar.

O "braço forte do estado" precisa mostrar sua força. Os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário precisam de uma ação conjunta e coordenada para dá uma resposta concreta e definitiva à sociedade. É necessário melhor estrutura de investigação, criar leis mais duras e dar agilidade, eficiência e eficácia à Justiça.

Apelo às instituições

Nesta segunda-feira (13) à tarde, ao comentar a prisão de mais um dos suspeitos do assassinato da estudante Flávia Cristina, o governador Rafael Fonteles foi em direção ao que pode ser o início de mudanças nos modelos de combate ao crime até agora adotados. Ele conclamou as "instituições para, juntos, sermos implacáveis na repressão às facções criminosas e, simultaneamente, no desenvolvimento de políticas sociais efetivas que afastem os jovens da criminalidade".

O governador se solidarizou com a família da estudante assassinada e demonstrou indignação com a onda de crimes. "Nada vai trazer os entes queridos de volta, porém, iremos transformar toda nossa indignação com essas tragédias em ações cada vez mais concretas para estabelecer a paz social em nosso Estado", escreveu Rafael em sua conta no Twitter.

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Luiz Brandão

Luiz Brandão

Luiz Brandão é jornalista formado pela Universidade Federal do Piauí. Está na profissão há 40 anos. Já trabalhou em rádios, TVs e jornais. Foi repórter das rádios Difusora, Poty e das TVs Timon, Antares e Meio Norte. Também foi repórter dos jornais O Dia, Jornal da Manhã, O Estado, Diário do Povo e Correio do Piauí. Foi editor chefe dos jornais Correio do Piauí, O Estado e Diário do Povo. Também foi colunista do Jornal Meio Norte. Atualmente é diretor de jornalismo e colunista do portal www.piauihoje.com.
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