Blog do Brandão

Blog do Brandão

Governo federal vai incentivar a criação e legalização das rádios comunitárias

A rádio comunitária Joaquim Pires FM é exemplo de resistência e dedicação à causa da comunicação

Por Luiz Brandão

Domingo - 02/07/2023 às 01:01



Foto: Luiz Brandão Estátua de Santa Dorotéia, cartão postal de Joaquim Pires
Estátua de Santa Dorotéia, cartão postal de Joaquim Pires

As rádios comunitárias exercem uma função social importante. Elas dão voz aos territórios onde estão localizadas e estão comprometidas com melhor qualidade de vida das pessoas que ali vivem. Com base nisso o governo federal vai incentivar a criação, legalização e manutenção desses veículos de comunicação em todo o Brasil.

Desde a criação do Movimento Nacional da Rádios Comunitárias, há mais de 25 anos, poucas são as emissores desse tipo que sobreviveram. A grande maioria simplesmente sumiu por falta de dinheiro para manter equipamentos e até mesmo de pessoas dispostas a atuar sem ganhar nada.

Depois de muitas lutas e discussões, em 1998, foi criada a Lei de Radiodifusão Comunitária. De lá até agora, quase 15 mil processos de legalização de rádios comunitárias foram protocolados no Ministério das Comunicações, mas apenas pouco mais 10% desses foram autorizados.

As rádios comunitárias garantem a salvaguarda dos direitos daqueles que vivem em locais remotos e que os braços do Estado nunca alcançam. Elas são responsáveis por amplificar o "grito dos excluídos", em todo o país.

Aos pés de Santa Dorotéia

Atualmente, manter uma rádio comunitária em funcionamento é um ato de bravura. No Piaui, poucas estão em plena atividade. É o caso da Rádio Joaquim Pires FM, da cidade que carrega o mesmo nome da emissora, a 235 quilômetros de Teresina, no Norte do Piauí.

A Rádio Joaquim Pires FM fica em um dos locais mais altos da cidade e com bela vista para a Lagoa do Cajueiro, a segunda maior do Piauí. De frente à sede da emissora fica uma grande estátua de Santa Dorotéia, padroeira da cidade, que surgiu por volta?de 1880.

Apesar da importância da  para cidade, o local onde fica a homenagem a ela parece um tanto abandonado. Até mesmo as letras que formavam o nome dela nos pés da estátua caíram e agora lê-se apenas "STª OR TÉIA".

Vista da Lagoa do Cajueiro do alto da Santa DorotéiaVisita e história

No início da tarde deste sábado (01), os jornalistas Luiz Brandão e Roberto John visitaram a sede da Rádio Joaquim Pires FM. Lá conversaram com os radialistas Genilson Santos e Fábio Sátiro sobre o surgimento das rádios comunitárias e a luta para a legalização delas.

Roberto John, que também é professor universitário e ativista dos movimentos sociais, explicou que antes do reconhecimento da importância delas, havia muita perseguição e preconceito contra essas emissoras.

"Havia tanto preconceito e perseguição política contra esses veículos de comunicação que os agentes da repressão, ainda com a visão da ditadura militar, chamavam rádios comunitárias de rádios piratas", lembra Roberto John, que foi presidente do Sindicato dos Jornalistas do Piauí.

O radialista Genilson Santos é um dos responsáveis por manter a Rádio Joaquim Pires FM em funcionamento. Ele reconhece as dificuldades em manter uma emissora como a que trabalha no ar. Mas ele é um entusiasta das rádios comunitárias e está confiante de que a situação em que esses veículos de comunicação se encontram atualmente pode melhorar.

Luiz Brandão, Roberto, Genilson e Fábio no estúdio da rádio Joaquim Pires FM

Siga nas redes sociais
Luiz Brandão

Luiz Brandão

Luiz Brandão é jornalista formado pela Universidade Federal do Piauí. Está na profissão há 40 anos. Já trabalhou em rádios, TVs e jornais. Foi repórter das rádios Difusora, Poty e das TVs Timon, Antares e Meio Norte. Também foi repórter dos jornais O Dia, Jornal da Manhã, O Estado, Diário do Povo e Correio do Piauí. Foi editor chefe dos jornais Correio do Piauí, O Estado e Diário do Povo. Também foi colunista do Jornal Meio Norte. Atualmente é diretor de jornalismo e colunista do portal www.piauihoje.com.

Compartilhe essa notícia: