Foto: Paulo Pincel/Celular
Entrevista no Jornal Nacional (TV Globo) com Jair Bolsonaro
Não chega a ser surpresa a mudança de comportamento no "Jornalismo" da Globo e suas semelhantes. Ela sempre faz o chamado "bate e sopra", quando quer faturar mais alto de suas "vítimas", principalmente se o dinheiro sai dos cofres públicos.
Aliás, chantagem e extorsão são práticas muito comuns nos cartéis, inclusive nos das comunicações, notadamente quando muitos que deveriam garantir aplicação correta da lei e respeitar a Constituição e povo se curvam diantes dessas chantagens, até porque sabem dos grandes rabos de palha que carregam.
Nota-se que, nos últimos dias, o noticiário de todos os veículos do grupo Globo e seus similares viraram praticamente agências de propaganda do Governo Bolsonaro. Adotou-se o que sempre se fez por lá: desviar a, atenção dos assuntos sérios e que realmente importam para a população, para cobrir os escândalos e crises com temas que só servem para confundir e manipular a opinião pública.
Na Globo e suas coligadas e coligados, não se fala mais no caso Flávio Bolsonaro/Queiroz, denunciado à Justiça pelo Ministério Público. Também está esquecido o aumento nos preços da gasolina, do diesel, do gás, dos remédios e a grande manifestação dos estudantes em todo o País por causa dos cortes de verbas das universidades públicas.
Agora, ao que parece, a ordem é abafar tudo até que membros do próprio governo ou os filhos do presidente gerem novas crises ou escândalos pra voltar ao "bate e soprar" e à retomada das chantagens que fragilizam ainda mais o já combalido Governo Bolsonaro.
A MUDANÇA REPENTINA - Note-se que há exatos 10 dias o papo era outro e o fantasma do impeachment já estava no radar da Globo e do resto da velha mídia. Mas, como se sabe, algumas coisas (como dinheiro, por exemplo) fazem essa gente mudar de ponto de vista rapidamente. E nisso não há surpresa nenhuma.
Mas não custa lembrar ao povo que há exatos 10 dias, analistas, economistas e outros profissionais diziam não ter preço ouvir da boca do comentarista de economia da Globo, Carlos Sardenberg, que o País parou (quebrou). O Comentarista foi um dos críticos orgásmicos da política econômica dos governos do PT e a felicidade em pessoa com o golpe contra Dilma Rousseff.
Na terça-feira da semana passada (14.05), no "Jornal da Globo", ele disse que o Brasil, agora sim, tinha chegado ao fundo do poço e que "2019 já era. É esperar para vê se melhora em 2020". A única surpresa da noite foi ele dizer que a culpa era das trapalhadas e erros do atual governo e não da Dilma e do PT. Ele nunca colocou Temer nas "análises".
Também faz bem lembrar que, na era dos governos do PT, Sadenberg criticava qualquer índice mais baixo na economia. Mas ao mesmo tempo errava muito os seus prognósticos e previsões, sobretudo na época da gestão de Dilma. Agora sabe-se que os erros eram propositais. O importante era detonar Dilma, Lula e o PT.
Porém, agora, parece que o comentarista se esforça para tentar acertar. Naquela madruga de terça (14.05) para quarta-feira (15.05), Sadenberg parecia saber do que estava falando, ao cravar que: a economia do Brasil parou.
Ele sabia mesmo do estava falando. Até porque assistira horas antes, nos corredores da própria Globo, que o ministro da Economia, Paulo Guedes, estava no Congresso, pedindo que deputados e senadores aprovassem crédito suplementar de R$ 248 bilhões para pagar as contas do governo. E essa era a principal prova de que a economia do país parou e o Brasil chegou ao fundo do poço.
É claro que com uma gestão desastrosa o país tende a parar e a arrecadação de impostos não consegue mais ser suficiente nem para pagar as contas. Hoje, é recorrente em Brasília que até os servidores públicos federais correm risco de ter salários atrasados, algo que não se tem notícia na história recente do país.
Mas Sadenberg foi firme no seu comentário naquele 14 de maio de 2019. Ele cravou: a economia parou. Ele não errou, como fazia de propósito, na época dos governos do PT, para afugentar investidores e fomentar crises, a partir da explosão da bolha imobiliária dos EUA, em 2008.
CRISE E APOSTAS ERRADAS - Atualmente, a única coisa que está clara no radar político e econômico da Globo, dos seus jornalistas e noticiários é que eles ainda não desistiram de um propósito que começou em 2014: lutar em favor do "juiz-herói" Sérgio Moro, via Lava Jato, requentada diariamente.
A Família Marinho errou feio no candidato dela em 2018. A aposta era no tucano Geraldo Alckmim, mas como o coitado não saiu do chão, teve de engolir um que barrasse a volta do PT poder, já que o imbatível ex-presidente Lula estava preso.
Por essa e outras razões, a Globo fez (e faz) vista grossa para muitas estripulias, bravatas e fakes dos Bolsonaro. Às vezes, na campanha de 2017, ela até ajudou o "mito".
PÉ FRIO E BOA DE GOLPE - Ao que sabe, a aposta atual dos Marinho para o futuro eleitoral é o "Vazador' Sérgio Moro. Coitado dele. A Globo tem "pé frio" e "dá azar" aos seus candidatos. Depois do José Sarnay (que herdou a Presidência com a morte do também biônico Tancredo Neves), todos os presidenciáveis escolhidos pelos Marinho foram um fracasso. E, nos últimos 16 anos, nenhum candidato deles ganhou eleição. Ou seja, a Globo não ganha no voto, mas sempre se sai muito bem nos golpes contra a democracia, o País e seu povo.
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Luiz Brandão
Luiz Brandão é jornalista formado pela Universidade Federal do Piauí. Está na profissão há 40 anos. Já trabalhou em rádios, TVs e jornais. Foi repórter das rádios Difusora, Poty e das TVs Timon, Antares e Meio Norte. Também foi repórter dos jornais O Dia, Jornal da Manhã, O Estado, Diário do Povo e Correio do Piauí. Foi editor chefe dos jornais Correio do Piauí, O Estado e Diário do Povo. Também foi colunista do Jornal Meio Norte. Atualmente é diretor de jornalismo e colunista do portal www.piauihoje.com.
