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Cepisa se mantém campeã em reclamações sobre atendimento

Quarta - 13/02/2019 às 02:02



Foto: Luiz Brandão O Espaço da Cidadania está sempre lotado
O Espaço da Cidadania está sempre lotado

A "nova" Cepisa, outrora estatal muito criticada pelos serviços ruins prestados aos consumidores, não mudou muito depois de vendida à iniciativa privada. No Espaço da Cidadania, instalado no Shopping Rio Poty, em Teresina, a empresa continua sendo a campeã em reclamações pelo péssimo atendimento aos seus clientes.

As informações são de pessoas que trabalham no local e de consumidores que procuram o posto da Cepisa para resolver pendências junto à eempresa. Mas essas informações também estão em dados e relatórios oficiais da Coordenação do Espaço da Cidadania, enviados constantemente à ouvidoria e para a diretoria da empresa. 

A Cepisa sabe que tem imagem ruim entre seus clientes. E nem precisa desses dados oficiais para essa constatação, até porque muitos casos de queixas de consumidores acabam sem registro oficial. Também não se trata de fofoca, "disse me disse” ou “ouvi alguém falar” sobre o relato de pessoas furiosas com o demorado e até o mau atendimento, o que por si é um desrespeito ao ser humano e humilhação ao público pagante.

O que se relata aqui são situações testemunhadas pelo repórter em variados dias em que buscou ser atendido na Cepisa e na Águas de Teresina.

Aliás, essa empresa é outra que lidera o ranking de reclamações. Ela assumiu os serviços de abastecimento de água e de tratamento de esgotos da cidade no lugar da Agespisa, mas é alvo diário de queixas de clientes no Espaço da Cidadania, apesar dos esforços de uma senhora de nome Iris, que faz muito bem seu trabalho e tem uma postura de líder no grupo.

O pior é que tudo que se constatou “in loco” nos dias 5, 6, 7, 11 e 12 deste mês, no período da tarde (pela manhã é pior), ocorreu dentro do Espaço da Cidadania, lugar que, pelo nome, deveria ser o melhor para se atender aos cidadãos, com respeito e dignidade. Infelizmente não é isso o que sempre ocorre.

Além de meus registros pessoais com fotos e senhas, se alguém tiver dúvida desse relato, poderá confirmar minha presença no local nos dias citados e nas situações aqui mencionadas, caso o Espaço da Cidadania tenha câmeras.

AS RECLAMAÇÕES - Elas começam logo pelos servidores que fazem a distribuição de senhas e que nada pode fazer para resolver os problemas surgidos após o balcão. Eles são uma espécie de para-choque das reclamações. “Em off”, por medo de retaliações, claro, eles dizem que não sabem o que está acontecendo, principalmente com a Cepisa.

“Quase todos os dias pessoas esbravejam, xingam ou simplesmente reclamam da demora absurda à espera de resolver pendência junto à Cepisa. Muitas desistem e outras passam dias e dias tentando atendimento até como por um milagre ou por um favor. E é muito pior quando os clientes já enfurecidos percebem que estão sendo tratados com desdém”, diz um dos servidores do local, fato presenciado algumas vezes pelo repórter.

Pelo que está escrito na entrada do Espaço da Cidadania, o atendimento começa às 7 horas e termina às 18. Mas durante as vezes que estive por lá não foi o que ocorreu no posto de atendimento da Cepisa. No dia 5 deste mês cheguei ao balcão das senhas por volta das 15 horas e fui informado pelo moço que me atendeu que cheguei tarde e que não tinha mais senhas disponível para a Cepisa.

Não concordei com ele. Passava um pouco das 15 horas e o expediente no local era até as 18, então não tinha razão plausível, a não ser falta de pessoal ou problema técnico, para não ser atendido. Não perdi tempo buscando explicação pro o moço que, com certeza, não poderia fazer nada.

Assim, diante do que tinha ouvido, insisti em ser atendido, afinal não se tem todo o tempo do mundo à disposição da Cepisa. Então, fui direto ao posto da empresa. Lá falei com um jovem de cabelos bem pretos, de óculos, muito educado e que preservo o nome para evitar que seja retaliado. Ele me disse que “infelizmente não tem mais senhas porque ainda tem muita gente para atender. Mas disse que se eu esperasse, depois do último com senha poderia resolver meu caso. E foi o que aconteceu, mas meu problema não foi sanado.

Eu queria apenas saber como proceder para transferir uma “conta de luz” de outra pessoa para mim. Ele falou do que necessitava. Eu estava de posse dos documentos exigidos (e que nem foram vistos), mas o expediente já havia terminado. Foi um caso fora da agenda e acabei compreendendo e deixando para resolver o problema noutro dia, já que o meu caso era muito simples e que, como o meu, outros casos poderiam ser resolvidos rapidamente com uma simples triagem.

Pois bem. Retornei ao Espaço da Cidadania no dia seguinte (6 de fevereiro), uma quarta-feira, por volta das 14h:30min. Pedi senha para Cepisa. Não tinha mais senhas a serem distribuidas porque o posto fecharia às 15 horas para que os funcionários lá lotados participassem de uma reunião na sede da empresa.

Comecei a ficar chateado. Dois dias indo para o mesmo lugar e sem ser atendido. Aí, novamente, fui direto ao posto da Cepisa e um empregafo confirmou que realmente não poderia mais atender porque ele e os colegas iriam para uma reunião na sede da empresa.

Não tive o que fazer. Fui embora. Mas no dia seguinte (7 de fevereiro) voltei ao local, peguei uma senha da Águas de Teresina e pedi, mas outra vez não tinha mais senhas da Cepisa.

Naquele dia fui atendido na Águas de Teresina. Apesar da demora, o atendimento foi muito bom. Mas me aborreci para valer com a Cepisa. Era a terceira vez que havia ido lá em busca de resolver um problema simples. Não tinha ninguém no posto e nenhuma satisfação aos clientes que chegaram depois do horário que a empresa podia atender.

A partir do dia 7 questionei: como uma empresa que tem de atender até às 18 horas, mas às 15 já não tem condições de fazer esse trabalho? Por que essa empresa só atende se alguém conseguir pegar senha pela manhã?

Percebi que tinha algo errado. Mas não disse nada e, mais uma vez, engoli minha indignação, afinal não tinha ninguém da Cepisa por lá para receber as “queixas de clientes”.

A minha peregrinação em busca de solução do meu problema junto à Cepisa continuou na segunda-feira (11). Foi como nas vezes anteriores. Já era mais tarde, por volta das 16 horas. Não tinha senha. Mas como tinha ido pegar documento em outro órgão resolvi arriscar e testar a sensibilidade dos servidores, já que estavam ficando cansado da minha presença por lá. Como perguntei descontraidamente, para todos ouvirem se podiam me atender, já que sabiam que meu caso era simples, pelos menos dois deles, como máquinas, simplesmente responderam, em coro: não!!!

Empregados da Cepisa: pode para fotografia e desdenhar de clientes

Empregados da Cepisa: um esconde o rosto, a moça e o senhor fazem pose para fotografia 

Saí de lá e comecei a fotografar e filmar os cartazes nas paredes e também os servidores em atendimento para mostrar que realmente eram poucos para tanto serviço. Pelo menos dois deles, uma jovem branca de, no máximo, uns 30 anos, e um senhor já mais idoso e ao que me parece ser o chefe do lugar, fizerem pose para fotos e até desdenharam da minha ação.A moça ficou sorrindo, alegre como se tivesse numa festa. O senhor fez pose e gestos como se estivesse penteando os cabelos.

GRAND FINALE

Pois não é que chegou o “Grand Finale” dessa pereguinação? Foi nesta terça-feira (12). Retornei ao Espaço da Cidadania  no intervalo do trabalho para o almoço. Avisei a meu chefe que poderia demorar. Eu já havia relatado a ele a minha luta.

Pois bem. Cheguei e consegui uma senha (182), às 12h:34min. Fui atendido às 15h25min, quase três horas depois de chegar aquele lugar. Meu problema não demorou cinco minutos para ser resolvido. O jovem gente boa que me atendeu foi amabilíssimo e me atendeu muitíssimo bem. Até me emprestou a caneta dele para preencher uns dados (aproveitei para anotar alguns detalhes desse “Grad Finale”.

Eu já tinha até esquecido minha angústia e indignação para com o tratamento que recebi da Cepisa, mas ai a mocinha que eu havia fotografado no dia anterior, em tom irônico e até com um certo sarcasmo, se dirigiu a mim e perguntou se as fotos haviam ficado boas. O colega dela, um senhor mais desdenhoso, cuidou de tentar me constranger. Falando alto para os demais colegas e clientes ouvirem, perguntou: ah, era esse ai quem estava fotografando ontem?!!! A jovem “pegou mais ar” e disse que sim.

E disse mais. Falou que já está acostumada a ser fotografada por consumidores. “Isso já é comum aqui. Já virei estrela. Todo dia me fotografam”, disse a sorridente jovem com a concordância, também em sorrisos, do senhor que pereceo chefe imediato do posto.

Porém, quem ficou constrangido foi jovem que me atendeu. Ao ser questionado pela moça e pelo “seu chefe” eu confirmei que sim. Que havia fotografado para mostrar a situação de penúria em que trabalham. Ai, ainda não contente com a provocação, me perguntou quando poderiam vê as fotos. Respondi que "mais tarde elas estariam num site de notícias na Internet". E fim.

PALAVRA DA COORDENAÇÃO - Decidido a contar o que estava se passando no posto da Cepisa no Espaço Cidadania, resolvi, então, cumprir minha obrigação como jornalista. Procurei a coordenadora do lugar, Jôsy Piauilino, e me identifiquei. Já era quase 16 horas. Ela já havia saído, porque o horário de trabalho dela é só até às 13 horas. (Um erro. Um espaço como aquele não pode ficar sem coordenação no período da tarde).

Mas, muito solicita, Jôsy Piauilino me atendeu por telefone. Uma senhora de nome Socorro, que trabalha no lugar, fez o contato com a coordenadora e ouviu toda a conversa. Um “olheiro” da Água de Teresina também entrou na sala e também ouviu tudo. Fiz o relato do que havia acontecido comigo. Ela tentou defender o indefensável. Contei o que estava acontecendo às tardes no posto da Cepisa.

Ela se mostrou surpresa com o que ouviu, e logo disse: “Isso é mentira. Isso não acontece”. Mas mudou de ideia quando passei e falar de dados, dos dias anotados, de números, de horas, de senhas gravadas e fotografias. Foi então que pediu desculpas pelo que ela havia dito.

Em seguida Jôsy disse que sempre orienta a todos que atendam bem aos cidadãos, sejam eles quem forem. Essa, segundo ela, é uma norma de trabalho naquele local. “Eu sempre trabalho me colocando no lugar dos outros”, explicou a coordenadora em mensagem enviada por Watsapp.

Ela lamentou pelo que ocorreu comigo, mas fiz chegar a ela que não se tratava de uma questão pessoal, particular, só minha. O que ocorreu comigo é rotineiro com outras pessoas, muita das quais não sabem a quem recorrer e nem sabem se defender e exigir seus direitos.

A coordenadora do Espaço da Cidadania me pediu que eu formalizasse minha “queixa”. Disse que farei com todo prazer, mas que essa não era uma queixe só minha. Ela, mais uma vez concordou e disse que estava entrando em contato com o responsável pelo posto da Cepisa no Espaço da Cidadania e que, ainda nesta quarta-feira vai realizar uma reunião com as pessoas da Cepisa e da Águas de Teresina que atuam naquele espaço para tratar sobre os problemas no atendimento. O Espaço da Cidadania, atualmente, e vinculado à Secretaria de Administração do Estado.

O RELATO ERA SIMPLES - O relato seguinte era o que eu enviaria à diretoria e à ouvidoria da Cepisa e à diligente coordenadora do Espaço Cidadania, Jôsy Piauilino. Mas, pelo modo de abordagem  de empregados da Cepisa a um cliente em meio a tantas outras pessoas, resolvi escrever com mais detalhes minha peregrinação em busca de atendimento (texto acima). Leia abaixo o que seria relatado:

Agora são 14h51min. Estou no chamado Espaço da Cidadania, instalado em um dos shoppings de Teresina. Cheguei no local às 12h34min, conforme registro no sistema de distribuição de senhas. Meu objetivo é tentar, pela quinta vez, em duas semanas, pedir a transferência de titularidade de conta de energia na Cepisa. Até agora não fui atendido. Pelo número de minha senha (E182) ainda existem mais de 40 pessoas a serem atendidas, o que indica que tenho de permanecer esperando por pelo menos uma hora e meia.

Trata-se de um grande desrespeito aos consumidores. As pessoas que vem a esse local não estão a pedir favor. Quase todos os serviços aqui são pagos diretamente pelo cliente ou através de imposto

Acredito que esse tipo de situação não existe em nenhum outro lugar do mundo. As pessoas, mesmo pagando, são obrigadas a esperar horas e horas a fio por um serviço de péssima qualidade. Muita das "vítimas" desse absurdo faltam ao trabalho, deixam de almoçar ou até "abandonando" filhos.

Mas sabem por que isso acontece? Porque não há fiscalização e nem punição aos responsáveis por esse descaso. Nem o governo estadual e nenhum deputado, vereador, procurador, promotor ou um juíz tomam qualquer atitude para que o povo simples seja respeitado. E vejam que estamos vivendo uma era em que juízes mandam em quase tudo.

No próprio Espaço da Cidadania não há um órgão responsável por punir o mau atendimento e desrespeito aos consumidores e contribuintes. Todos os dias idosos, doentes, mulheres gestantes e pessoas ocupadas se exaltam, brigam, gritam e até partem para agressão física como reação a esse desrespeito.

No Espaço Cidadania, a Cepisa é a campeã em reclamações. O atendimento é o mais demorado e quase sempre está com "sistema fora do ar". Em três dias, na semana passada, o atendimento da Cepisa foi encerrado muito antes do que está previsto em cartaz afixado na porta da posto da própria empresa. Os empregados, sem saber o que fazer ou dizer aos clientes, acabam desdenhando dos que reclamam, que em qualquer outro lugar seria repreendido e punido rapidamente. Cheguei pouco depois das 12 horas e só fui atendido perto das 16 horas.

Plágio

A segunda sentença contra Lula foi plágio. Luta foi condenado com o mesmo tempo e argumanetos da primeira condenação no caso do Triplex do Guarujá. E é isso que a defesa do ex-presidente vai vai dizer nos autos para tentar anular e sentença e arquivar o processo por falta de provas.

Corporativismo

Agora todos os brasileiros realmente podem saber quem são e como age grade parte dos procuradores da República. Estão entregando cargos para pressionar a chefe, Raquel Dodge, para ela recompensar seus subordinados com mais dinheiro pelo fim do auxílio moradia.

AS DO FIM

*A Globo vai acabar o “Encontro”, de Fátima Bernardes. Será vingança porque ela deixou William Bonner por um cara mais identificado com as ideias da esquerda, o agora deputado federal Túlio Gadelha (PSB)?

*Faltou energia nesta terça-feira, por volta das 16 horas, na Avenida Frei Serafim. Todos os semáforos ficaram apagados. O trânsito ficou um caos, com muitos riscos de acidentes nos cruzamentos daquela avenida. A Stran demorou mais de meia hora para tomar alguma providência.

*Vou bem ali. Quem quiser que conte outra.

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Luiz Brandão

Luiz Brandão

Luiz Brandão é jornalista formado pela Universidade Federal do Piauí. Está na profissão há 40 anos. Já trabalhou em rádios, TVs e jornais. Foi repórter das rádios Difusora, Poty e das TVs Timon, Antares e Meio Norte. Também foi repórter dos jornais O Dia, Jornal da Manhã, O Estado, Diário do Povo e Correio do Piauí. Foi editor chefe dos jornais Correio do Piauí, O Estado e Diário do Povo. Também foi colunista do Jornal Meio Norte. Atualmente é diretor de jornalismo e colunista do portal www.piauihoje.com.

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