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ARTIGO

Terror antidemocrático!

Para que esse ciclo inclusivo aconteça, entretanto, são fundamentais a estabilidade e a segurança das instituições nacionais.

Da redação

Quinta - 12/01/2023 às 07:49



Foto: Pedro Fiuza/APE Ataques terroristas aos Três Poderes em Brasília
Ataques terroristas aos Três Poderes em Brasília

André Naves (*)


O mundo ainda se ressente do maremoto Covid-19 que, ressalte-se, não terminou. Essa tempestade auxiliou na desorganização das cadeias globais de produção, o que incrementou a carestia, a inflação e diversos outros problemas sociais.
 

Somado a isso, as constantes tensões e conflituosidades globais, que têm na Guerra da Ucrânia seu mais potente exemplo, ao incentivar as quebras na produção internacional de produtos e serviços, estimulam um movimento de aportes de recursos e investimentos em localidades mais amistosas.
 

A esse fenômeno é dado o nome de "friendlyshoring". São novos incentivos materiais e adequações institucionais à reindustrialização, ao trabalho, à inovação e ao empreendedorismo.
 

Dessa maneira, os recursos aportados se multiplicam em áreas como as de saneamento, saúde, segurança, educação inclusiva e proteção social. Com tal incremento, a emancipação individual e a inclusão social são consequências naturais das novas políticas públicas inclusivas, financiadas por tais valores.
 

Para que esse ciclo inclusivo aconteça, entretanto, são fundamentais a estabilidade e a segurança das instituições nacionais.
 

Ao contrário do que se viu na cerimônia de posse do novo governo, quando a Diversidade e a Inclusão subiram a rampa embaladas pelo Trenzinho do Caipira de Villa Lobos, nesse último dia 8 de janeiro a infâmia e o capacitismo invadiram o Planalto, deixando um rastro de destruição e desrespeito enquanto maculavam importantes símbolos da cultura e da democracia do Brasil.
 

O terrorismo antidemocrático e reacionário favorece a manutenção dos fundamentos capacitistas e excludentes da sociedade ao prejudicarem a estabilidade institucional brasileira, tornando inviável o movimento de "friendlyshoring".
 

Portanto, o julgamento dos crimes cometidos, seja por ação direta, indireta ou por omissão, desde que respeitados os Direitos Humanos, é requisito necessário para a reafirmação do marco institucional brasileiro como seguro e estável.
 

Só assim conseguiremos assegurar a vinda de recursos necessários ao financiamento de políticas públicas que estruturem o desenvolvimento nacional de maneira sustentável, inclusiva e Justa.
 

*André Naves é Defensor Público Federal, especialista em Direitos Humanos e Sociais. Escritor, professor e palestrante

Redação

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