
A Democracia é o campo da liberdade, do diálogo, da diversidade, da pluralidade. Na Democracia predomina a prolixidade das vozes, que se opõem tanto ao monólogo, quanto ao silêncio. A democracia ela cultiva o convívio respeitoso entre diferentes que, através do diálogo, podem concordar ou divergir. Se não houver liberdade para o pensamento divergente, não é um "diálogo" democrático.
Mas, o equilíbrio do tempo de fala de cada uma e de cada um deve ser distribuído com equidade ou de forma igualitária. Pois se alguém tem tempo demais de fala e outros ou outras quase não tem tempo, isso também não é democrático. Exercitar a verdadeira democracia é construir diálogos polifônicos e equipolentes.
E isso, para quem se sente dono da verdade, é um crime inconcebível. Isso para a vanguarda ou para o especialista que se sente o único dono da verdade é uma "heresia". Mas, é esse o melhor caminho para fortalecer a sociedade brasileira como um todo.
É necessário que cada vez mais cada um e cada uma, do local em que se encontra, do olhar de como ver, com sua concepção de mundo, unificando suas lógicas de análise da realidade ou das realidades, possa se pronunciar, dizer a sua palavra e protagonizar cada vez mais o processo social numa perspectiva Democrática, portanto, libertadora.
(*) Marcelino Fonteles e sociólogo e professor. É militante dos movimentos sociais. É petista e um dos fundadores do PT no Piauí.
