Vai faltar remédios e leitos de UTI para vítimas da Covid-19 no Piauí caso os gestores municipais, a iniciativa privada e a sociedade como um todo não ajudem o governo do estado no combate à pandemia do novo coronavírus. Todos precisam adotar iniciativas como o isolamento e distanciamento social ou até mesmo medidas mais radicais, como lockdown.
Segundo levantamento feito pela Secretaria Estadual de Saúde (Sesapi) o estoque atual de 22 medicamentos para pacientes com Covid-19 e outras doenças graves só é suficiente para suprir as necessidades dos hospitais estaduais por mais uma semana. Essa situação não ocorre por negligência da Sesapi, mas por falta desses remédios no mercado nacional e de outros países.
Os medicamentos em escassez são muito importantes para o tratamento de pacientes com Covid-19, notadamente aqueles que estão em UTI e precisam de entubação. Essas drogas também servem a pacientes com outras enfermidades graves e que necessitam do mesmo procedimento médico. A lista dos remédios não é divulgada para evitar possível especulação é aumento de preços.
Sem titular e como um barco à deriva , o Ministério da Saúde (MS) não se mexe para resolver o problema da falta de remédios e outras pendências é obrigações da pasta. É como se o Brasil não tivesse um ministério para cuidar da saúde do povo do país em plena pandemia mundial de um novo vírus.
Em razão desso total desprezo do Governo federal em relação à pandemia da Covid-19, os governadores do Nordeste resolveram esquecer o Ministério da Saúde e partiram para compra dos medicamentos até no exterior. O governador do Piauí, Welington Dias, é um deles. Ele já fez contato com fornecedor de Minas Gerais e instituições internacionais para adquirir os farmácos.
Wellington Dias explica que o caso da falta de medicamentos não será um problema apenas do Piauí e nem só do Brasil. "Na semana passada já faltou remédios no Rio Grande do Norte. Outros países também já sinalizam esse problema, que vai aumentar caso se confirme o crescimento dos número da Covid-19 na China, o que já vêm ocorrendo", diz o governador.
Em relação à falta de leitos de UTI, o governador diz que todos os estados estão com dificuldades de adquerir todos os equipamentos para instalação desses leitos. O Piauí, por exemplo, não conseguiu obter o total de respiradores que precisa. A Prefeitura de Teresina, cidade onde está o epicentro da Covid-19 no estado, havia prometido 160 leitos de UTI, mas até agora só conseguiu entregar 15.
Para membros dos comitês que tratam do enfrentamento ao novo coronavírus, o aumento do número de casos de Covid-19, somados ao riscos da falta de remédios e de leitos de UTI nos hospitais do estado, são hoje as principais preocupações do governo. A situação é tão preocupante que poderá dificultar a autorização para a retomada de algumas atividades econômicas no Piauí.
Neste domingo (21), o governador Wellington Dias se reuniu, por videoconferência, com os técnicos do Comitê Pro Piauí e externou essas preocupações, com destaque para os riscos da falta de remédios e das UTIs. Ele acredita que a causa do aumento de casos de Covid-19 no estado é a desobediência a medidas de combater ao novo coronavírus, como o isolamento social, por exemplo.
"Essa desobediência vem provocando aumento significativo dos casos de Covid-19 e o consequente crescimento da demanda por leitos de UTI", diz o governador, que se reúne nesta segunda-feira (22) com o Comitê de Operações Emergenciais (COE) para definir os pontos de novos decretos que serão anunciados em entrevista coletiva para às 12 horas.
Na reunião com o pessoal do Comitê Pro Piauí o governador também tratou da retomada de atividades econômicas, mas elas só serão autorizadas mediante protocolos que indiquem as medidas a serem adotadas por cada setor para que o governo possa cobrar, fiscalizar e acompanhar o funcionamento. A ordem é evitar a contaminação de clientes, empregados, seus familiares e outras pessoas. "Nossa luta é para salvar vidas", ressalta Wellington Dias.
Para o chefe do Executivo do Piauí, o ideal para conter a Covid-19 é que se mantenha as barreiras sanitárias e epidemiológicas para evitar a "importação" do vírus; que se faça a testagem no maior número de pessoas para que ocorra o isolamento preventivo e se evite a transmissão, e que se faça a busca ativa para separar infectado de não infetados e providenciar o tratamento precoce da doença, caso seja necessário.