Foto: Divulgação
A prevenção das doenças é feita com uso de preservativo
Dados do Ministério da Saúde apontam que entre 2011 a 2021 os casos de Sífilis aumentaram 800% no Brasil. Uma pesquisa realizada por estudantes de Medicina do Centro Universitário de Brasília (CEUB) revela que na faixa etária de 15 e 19 anos, o número de casos da doença subiu 1.109%, com predomínio das mulheres.
O estudo indica que o cenário de propagação das Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) requer uma abordagem educacional e de saúde pública mais abrangente.
Embora a pesquisa aponte redução de 6,79% nos casos de HIV na população geral, entre os adolescentes, a doença cresceu cerca de 18%, com alta notável de 111% nos diagnósticos do sexo masculino e diminuição de 44% do sexo feminino.
Em relação à hepatite B, os números mostram redução de 53% no número de casos gerais. Na faixa etária entre 15 a 19 anos, houve redução maior, de 88% entre o sexo masculino e cerca de 86% entre o feminino.
De acordo com o orientador, o professor de Medicina do CEUB Gerson Pereira, o aumento dos casos de ISTs entre jovens é atribuído a fatores interligados: comportamentos de risco (como a falta de uso de preservativos e múltiplas parcerias sexuais), a falta de educação sexual, a falsa sensação de segurança e o uso de drogas. Também preocupa o desconhecimento sobre os sintomas das doenças, que podem levar a práticas sexuais desprotegidas, e o diagnóstico tardio, já que os jovens não costumam buscar testes e tratamento oportunos.
“É possível observar um acirramento do conflito no que diz respeito ao papel do Estado na garantia de crianças, adolescentes e jovens de seus direitos e no acesso a eles. Portanto faz-se necessário que as ações nas escolas sejam reforçadas, visando a conscientização da população jovem, a redução dos casos de IST e as gravidezes indesejadas na adolescência”, reforça o Gerson Pereira.
O estudo mostra a falta de efetividade na implementação das políticas de educação sexual nas instituições de ensino. Como ações de educação em sexualidade, as autoras da pesquisa, Jéssica Maggioni e Luana Albuquerque, sugerem a promoção de campanhas na mídia, rodas de conversas entre pais e mestres e a capacitação de educadores, garantindo informações adequadas sobre saúde sexual e reprodutiva aos adolescentes.
“A falta de educação sexual nas escolas contribui para a vulnerabilidade desses jovens às ISTs, problemas de saúde pública que demandam uma ação imediata e integrada do Estado”, enfatizam Jéssica e Luana.
Base de Dados
O estudo utilizou dados epidemiológicos da plataforma "Tab Net", fornecida pelo Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) do Sistema Único de Saúde (SUS), e boletins do Ministério da Saúde, no período de 2011 a 2021.
Na etapa bibliográfica, foram analisadas as principais políticas de educação sexual no Brasil, com destaque para o Programa Saúde na Escola (PSE). Ativo desde 2007, a ação interdisciplinar entre a saúde e educação visa a promoção da saúde e o fornecimento atenção à saúde a estudantes, contribuindo para sua formação integral. A base do PSE é a articulação entre escolas e atenção primária à saúde.
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