
"A falta vagas para os bebês gera todo um conflito, pois se não há vagas, não tenho como liberar leitos para que uma nova gestante seja admitida para fazer o procedimento. O bebê nasce no centro cirúrgico e se tiver alguma complicação, ele tem que permanecer lá, ocupando aquele berço, aquele local, juntamente com a mãe, porque não tem pra onde mandar", disse Medeiros.
A maternidade possui 150 leitos para parto e tratamento clínico, 20 na unidade canguru, 20 leitos na UTI noeonatal e mais 20 na unidade de cuidados especiais, mas o recomendável seria pelo menos o dobro. A pediatra elenca a falta de vagas, profissionais de saúde e equipamento como fatores agravantes para a atual situação. Francisca Medeiros conta que uma das soluções para minimizar o problema seria a realização de concurso público.
"É angustiante a falta de vagas, tanto para os bebês que nascem na maternidade, como para os que vêm de fora. A gente fica com as mãos na cabeça, sem ter o que fazer", desabafa a médica.
Em entrevista ao Notícia da Manhã, o diretor da maternidade explica que o problema da superlotação é decorrente do alto índice de prematuridade.
"A maternidade vai fazer 40 anos em agosto e quando foi construída, Teresina tinha apenas 350 mil habitantes e hoje esse número passa de 1 milhão. Muitas cidades do interior deixaram de fazer partos e as gestantes vêm para a Capital. Temos maternidades da prefeitura que dão suporte, mas mesmo assim ainda é suficiente para a quantidade de grávidas. A lotação também é resultado do alto índice de prematuridade, que é consequência de um pré-natal que nãoe está sendo feito adequadamente. As unidades que fazem o atendimento neonatal precisam melhorar, para dimunuir as complicações das grávidas e os partos antes do momento", disse o médico José Brito.
O diretor da maternidade destaca que, melhorias implementadas na estrutura física de maternidades na Capital e em hospitais no interior do Estado, vão minizar o problema da superlotação. De imediato, o especialista diz que está em andamento a abertura de 10 novos leitos na ala intermediária, além da abertura de outros dois leitos que funcionariam onde hoje é a sala de esterilização, que passaria para o piso inferior da maternidade Dona Evangelina Rosa.
"Dentro da nossa limitação, existem propostas para melhorar a situação da maternidade e nós temos conseguido isso. Temos uma UTI materno modelo. Em 2016, não houve nem uma morte materna, apenas dois bebês do interior vieram a óbito, porque era uma situação irreversível. A equipe de profissionais é de alta qualidade, porém insuficente. Contudo, no mês passado, fizemos um pedido ao Governo para abrir um concurso para pediatra", reitera o médico.
Fonte: Graciane Sousa