
A 86ª Semana Brasileira de Enfermagem, promovida pela Associação Brasileira de Enfermagem (ABEn) entre 12 e 20 de maio, mobilizou profissionais de todo o país em um amplo debate sobre saúde planetária. O evento, realizado em escolas, universidades, serviços de saúde e parlamentos, destacou a importância da categoria na discussão de temas urgentes, como crise climática, modelos econômicos, saúde mental e sistemas universais de saúde.
Para o presidente do Sindicato dos Enfermeiros do Distrito Federal, o piauiense Jorge Henrique de Souza, de 39 anos, a participação foi fundamental para discutir a dimensão técnico-assistencial da enfermagem em conexão com questões globais. "Foi essencial abordar temas como antropoceno, divisão técnica e social do trabalho, pandemias e modelos de desenvolvimento, mostrando como a enfermagem está no centro dessas reflexões", afirmou.
Enfermagem no olho do furacão
De acordo com Jorge Henrique, que atua na rede de Saúde do Governo do Distrito Federal, a categoria está na linha de frente não apenas na assistência, mas também na formulação de políticas públicas que enfrentem iniquidades e promovam desenvolvimento sustentável.
Segundo dados do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), o Brasil possui mais de 2,5 milhões de profissionais, sendo a maior força de trabalho em saúde do país. No entanto, desafios como sobrecarga de trabalho, baixos salários e condições precárias ainda persistem.
A ABEn reforçou a necessidade de incluir a enfermagem nas decisões estratégicas sobre saúde global. "É hora de sentar à mesa como atores principais e disputar políticas que garantam equidade e sustentabilidade", destacou uma das coordenadoras do evento.
Os números
- 2,5 milhões de profissionais de enfermagem atuam no Brasil (Cofen, 2023).
- 85% da categoria é composta por mulheres (Pesquisa Perfil da Enfermagem, Fiocruz).
- 60% dos profissionais relatam sofrimento mental devido às condições de trabalho (Estudo da USP, 2022).
Jorge Henrique foi homenageado pela categoria que representa no DF