A diabetes mellitus gestacional (DMG) é uma condição metabólica que ocorre durante a gravidez, quando a gestante desenvolve um aumento de resistência à insulina, devido à ação de hormônios da placenta. Essa resistência pode gerar hiperglicemia, o aumento do açúcar no sangue.
Como todas as necessidades nutricionais e metabólicas do feto são supridas pela placenta, alterações no metabolismo materno que impactem essas necessidades precisam ser diagnosticadas com rapidez, para evitar riscos para a mãe e o bebê.
Segundo a endocrinologista Dra. Ilana Silveira, a diabetes gestacional pode ocasionar parto prematuro, aborto espontâneo, além de ganho excessivo de peso pelo bebê e má formações.
A Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) afirma que alguns fatores de risco favorecem a hiperglicemia na gravidez, são eles:
- Idade;
- Sobrepeso ou obesidade;
- Antecedentes familiares de diabetes;
- Antecedentes pessoais de alterações metabólicas, como síndrome dos ovários policísticos, hipertensão arterial sistêmica, aterosclerose (condição cardiovascular) ou uso de medicamentos hiperglicemiantes;
- Duas ou mais perdas gestacionais prévias;
- Recém-nascido anterior com peso igual ou superior a 4 quilos;
- Óbito fetal/neonatal sem causa determinada;
- Malformação fetal;
- Líquido amniótico em excesso.
"Um conselho para as mulheres com desejo de gestar é: tenham uma boa alimentação, evitando bebidas açucaradas e carboidratos simples (pães, farinhas, biscoitos, gomas), e pratiquem atividade física de forma regular", diz a Dra. Ilana Silveira.
Em caso de desenvolver a doença durante a gravidez, a médica aconselha que a gestante procure bons profissionais para acompanhar o caso.
"De cara, já adianto que seguimento com nutricionista é fundamental. Plano alimentar é o pilar fundamental do tratamento. Além disso, é muito importante monitorar sua glicemia em horários determinados pelo seu médico ou nutricionista", afirma.
Ela também explica que se os níveis glicêmicos não forem controlados com um plano nutricional e atividade física regular, é importante procurar um endocrinologista para iniciar o tratamento com medicamentos.
Sintomas
A diabetes gestacional nem sempre tem sintomas identificáveis. Por isso, é ideal que as gestantes, a partir da 24ª semana de gestação – que corresponde ao início do 6º mês –, façam acompanhamento regular da glicose em jejum, principalmente com o teste oral de tolerância à glicose (TOTG).
Algumas grávidas também podem apresentar sinais como:
- Ganho excessivo de peso da mãe e/ou do bebê;
- Cansaço excessivo;
- Vontade recorrente de urinar;
- Aumento do apetite;
- Sede frequente;
- Boca seca;
- Visão turva;
- Náuseas e vômitos;
- Infecções recorrentes na bexiga, vagina ou pele.