Saúde

SAÚDE MENTAL

Mídias influenciam o desenvolvimento de transtornos alimentares, diz psicólogo

A pressão estética nas redes sociais afeta a percepção do corpo, mas também pode promover a aceitação e o equilíbrio

Da Redação

Quinta - 05/12/2024 às 08:40



Foto: Reprodução Alimentos saudáveis
Alimentos saudáveis

As mídias sociais digitais se tornaram parte do dia a dia de muitas pessoas e vem levantado preocupações sobre sua influência na saúde mental e no comportamento dos usuários, especialmente no que diz respeito aos transtornos alimentares. A exposição constante a padrões estéticos idealizados e conteúdos que promovem dietas extremas pode mudar como as pessoas veem seus corpos. 

José Augusto, psicólogo clínico, explica que a comparação com imagens de corpos idealizados, tão comuns nas redes sociais digitais, pode ser devastadora. "Muitas pessoas começam a acreditar que só serão aceitas se atingirem esses padrões. Isso acaba distorcendo a maneira como elas se enxergam, minando a autoestima. É ainda mais complicado para adolescentes, que estão formando sua identidade e são muito vulneráveis a essas influências", afirma.

Isaac Oliveira, hoje com 20 anos, viveu isso na pele. Ele desenvolveu bulimia aos 16, num momento em que buscava se sentir mais aceito. Atualmente, Isaac, conseguiu se recuperar com a ajuda de psicólogos e nutricionistas e alerta sobre os perigos de padrões irreais. "Hoje eu sei que a perfeição não existe. O mais importante é cuidar da minha saúde e me aceitar como sou", conta o jovem.

Safira Germana, nutricionista, reforça que as redes sociais podem ter um lado perigoso. "Elas promovem uma ideia de estilo de vida saudável, cheia de dicas de treinos e dietas. Mas isso pode colocar muita pressão nas pessoas, principalmente em quem não tem conhecimento suficiente para filtrar essas informações. Criam-se expectativas irreais e, com isso, muitas vezes surgem hábitos extremos e até nocivos", relata.

Dados do Ministério da Saúde, apontam que mais de70 milhões de pessoas no mundo enfrentam algum tipo de transtorno alimentar, como anorexia ou bulimia. Apesar disso, José Augusto e Safira concordam que as mídias sociais também têm um grande potencial para o bem. "Precisamos de influenciadores que sejam reais, que mostram como é possível ser saudável sem buscar a perfeição. Isso pode mudar vidas para melhor", diz o psicólogo.

É preciso que influenciadores e empresas assumam a responsabilidade de compartilhar conteúdos que respeitem a saúde e o bem-estar das pessoas, ajudando a construir um espaço mais positivo e seguro nas redes sociais.

Siga nas redes sociais

Compartilhe essa notícia:

<