
O Brasil ainda mantém o status de país livre de sarampo, mas três casos confirmados neste ano acendem um alerta para as autoridades de saúde. Os registros incluem dois bebês gêmeos no Rio de Janeiro e uma mulher adulta no Distrito Federal, infectada provavelmente em viagem ao exterior. Embora os casos sejam considerados isolados, o Ministério da Saúde segue monitorando a situação.
A preocupação é intensificada pela situação global. Nos primeiros meses de 2025, a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) registrou 507 casos de sarampo nas Américas, superando o total de 2024. Os Estados Unidos lideram com 301 casos, seguidos por 173 no Canadá e 22 no México. Esses surtos aumentam o risco de disseminação para o Brasil, que já enfrentou surto da doença em 2017, quando a chegada de venezuelanos ao país contribuiu para a transmissão.
O sarampo é um dos vírus mais contagiosos, e sua transmissão é altamente eficaz em ambientes com baixa cobertura vacinal. Cada pessoa infectada pode transmitir o vírus para até 17 pessoas, mais do que o SARS-CoV-2, que se transmite para duas.
Vacinação é a principal defesa contra a doença
A vacina contra o sarampo, incluída na tríplice viral, é a principal forma de prevenção. A primeira dose é dada aos 12 meses e a segunda aos 15 meses. Embora o Brasil tenha alcançado 95% de cobertura na primeira dose, a segunda apresenta uma lacuna significativa, com menos de 80% de adesão.
Além das crianças, adultos até 59 anos que não foram vacinados ou não sabem se receberam as doses devem procurar as unidades de saúde. O sarampo não afeta apenas bebês: cerca de 50% dos infectados este ano têm entre 10 e 29 anos. Mesmo que os adultos apresentem menor risco de complicações, continuam sendo transmissores do vírus.
A queda nas taxas de vacinação durante a pandemia de COVID-19 e a crescente hesitação vacinal, alimentada por desinformação, são apontadas como fatores que contribuem para o aumento dos casos. A hesitação vacinal ocorre quando pessoas se recusam ou atrasam a vacinação, mesmo com a vacina disponível.
Monitoramento contínuo e prevenção
Embora o Brasil ainda esteja longe de um surto generalizado, especialistas alertam para a necessidade de manter vigilância constante. O sarampo, por ser altamente transmissível, serve como um alerta para falhas na imunização coletiva. A vacinação em massa continua sendo a melhor forma de prevenir surtos e proteger as populações mais vulneráveis.
As autoridades de saúde ressaltam a importância de garantir que a população alcance a cobertura vacinal necessária para interromper a transmissão do vírus e evitar que o Brasil perca sua certificação de país livre de sarampo.
Fonte: Brasil 247